Os produtores de cafés especiais de todo o país contam agora com nova alternativa para comercializar o produto.
Trata-se de Leilões Agrícolas Eletrônicos promovidos pela Bolsa Brasileira de Mercadorias. A proposta foi apresentada aos cafeicultores do Sul de Minas Gerais durante o Encontro de Produtores de Café, na última sexta-feira (15), na Associação da Micro Região da Baixa Mogina (Amog), em Guaxupé.
A proposta da Bolsa Brasileira ao setor cafeeiro é a utilização de leilões eletrônicos específicos e regulares para venda e escoamento de cafés especiais para compradores do mercado interno e para exportação. “Esse mecanismo permitirá ao setor uma exposição mais abrangente das ofertas para compradores de todo o país, com a garantia de recebimento por meio de uma conta de liquidação da Bolsa criada para esta finalidade”, explica César Henrique Bernardes Costa, diretor da Bolsa.
De acordo com Costa, os leilões eletrônicos de cafés especiais surgiram a partir da demanda dos próprios produtores. “Já tivemos algumas sondagens por parte de lideranças e produtores de café sobre a possibilidade de a gente propor uma alternativa, com uma forma organizada e divulgação maior desses cafés no Brasil. Sabemos que esses cafés especiais têm se popularizando”, ressalta o diretor.
O cafeicultor Artur Queiróz, da cidade de Cambuquira (MG) esteve presente no encontro em Guaxupé para conhecer a proposta. “Acredito que seja uma excelente opção. O mercado vai ganhando, vai se amadurecendo, e cria-se uma opção bem interessante. Hoje, trabalha-se muito separado, com vendas isoladas, com cooperativas, mas com o mercado de bolsa se direciona melhor”, avalia o produtor, que afirma ainda já ter amargado prejuízos ao vender diretamente para o mercado externo. “Eu tive uma experiência catastrófica de exportar sozinho e ficar 7, 8 meses para receber. Você fica apurando o mercado sem realmente saber o que fazer, então, precisa ter alguém atrelado para saber o que fazer”, explanou.
Para o presidente do Conselho do Café da Amog, Fernando Barbosa, o leilão eletrônico vem de encontro às necessidades dos produtores de cafés especiais e ao mercado consumidor. “O consumidor está atento e cada vez está aprendendo a tomar os cafés especiais. Hoje, temos os jovens ‘coffee lovers’, que exigem mais e o mercado só tende a melhorar”, disse.
Produtor no Comando
Entre as propostas dos leilões eletrônicos, uma delas é de que o vendedor define o preço mínimo de aceitação, acompanha os lances on-line e pode optar pela utilização da Câmara Arbitral para resolver conflitos. “O cafeicultor pode levar a oferta diretamente, ou através de uma corretora. Ele preenche uma autorização e entrega a certificação da classificação e a Bolsa lança a oferta. Os nosso corretores vão divulgar e nós vamos divulgar também em nossas redes e na mídia. Nós somos parceiros do Canal do Boi e aí essa divulgação é para o Brasil inteiro”, afirma Cesar Costa. Segundo ele, os compradores devem estar cadastrados por uma corretora.
A produção de café no Brasil é responsável por cerca de um terço do volume mundial do produto, tornando-nos o maior produtor do grão, posição mantida nos últimos 150 anos. No ano passado, as exportações do produto brasileiro resultaram em US$ 6,15 bilhões. A Bolsa Brasileira de Mercadorias tem participação intensa no mercado através de mais de 140 corretoras de mercadorias associadas e é maior parceira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nos leilões de vendas dos estoques públicos oficiais.
Fonte: Portal da Cidade Guaxupé