Boletim semanal Carvalhaes – Semana o mercado físico de café trabalhou efetivamente apenas três dias

Boletim semanal – ano 77 – n° 27

Santos, quinta-feira, 8 de julho de 2010

Escritório Carvalhaes

Esta semana o mercado físico de café trabalhou efetivamente apenas três dias. Na segunda-feira, dia 4 de julho, feriado nos EUA, não houve pregão na ICE Futures US em Nova Iorque, principal termômetro do mercado de arábica. Amanhã, dia 9, sexta-feira, será feriado no Estado de São Paulo. A BMF&Bovespa, o mercado financeiro paulista e a praça de Santos não irão operar, dificultando o trabalho nas demais praças cafeeiras.

As cotações nas bolsas de futuro oscilaram bastante, mas no mercado físico permaneceram estáveis, com um volume maior de negócios fechados nos dias em que as bolsas operaram em alta.

A colheita da safra brasileira de café 2010/2011 agora avança com rapidez e se aproxima da metade. Muitos produtores se mostram preocupados com a qualidade. O calor e as chuvas constantes induziram as lavouras a terem muitas floradas (algumas regiões tiveram floradas em dezembro) e agora a maturação se apresenta bastante irregular. Descompassos climáticos também estão, em algumas regiões produtoras, levando as cerejas passarem a passa com muita rapidez, diminuindo a produção de CDs e despolpados.

Alterações no clima em todo o mundo são a cada ano mais freqüentes e preocupantes. No momento, a brusca transição do El Nino para o La Nina está provocando uma forte seca em partes da Ásia, Oceania e Europa, derrubando a produção de grãos e impulsionando os preços dessas commodities no mercado internacional.

Com estoques mundiais baixos, consumo em alta e produção com números bem próximos do consumo atual, o mercado internacional de café não pode nem pensar em um problema climático mais sério em uma região produtora importante. A nova safra brasileira apesar de grande é suficiente apenas para nossas necessidades de embarque e consumo. Pouco café desta safra ficará como excedente para o próximo ano, quando teremos uma safra de ciclo baixo. O equilíbrio precário entre produção mundial e consumo não se resolverá em curto prazo. A queda dia após dia dos estoques certificados na ICE em Nova Iorque, apesar de suas cotações terem atingido o seu maior nível em doze anos, é um claro indício de que não existe café de qualidade e origens aceitas na ICE sobrando no mercado.

O CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café Verde, informou que no último mês de junho foram embarcadas 2.075.276 de sacas de 60 kg de café, 13% (322.288 sacas) menos que no mesmo mês de 2009 e 18% (457.290 sacas) a menos que no último mês de maio. Foram 1.625.398 sacas de café arábica e 158.844 sacas de café conillon, totalizando 1.784.2420 sacas de café verde, que somadas a 285.451 sacas de solúvel e 5.583 sacas de torrado, totalizaram 2.075.276 sacas de café embarcadas.

No ano-safra 2009/2010 (julho de 2009 a junho de 2010) foram embarcadas 29.715.802 sacas, 6% menos que as 31.489.616 sacas embarcadas no ano-safra 2008/2009.

Até o dia 7, os embarques de julho estavam em 166.080 sacas de arábica e 13.850 sacas de conillon, somando 179.930 sacas de café verde, mais 15.213 sacas de solúvel, contra 98.568 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 7, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 459.668 sacas, contra 386.402 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 2, sexta-feira, até o fechamento de hoje, quinta-feira, dia 8, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 220 pontos ou US$ 2,92 (R$ 5,16) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 2, a R$ 385,99/saca e hoje, dia 8, a R$ 378,25/saca. Hoje, quinta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 95 pontos.

Amanhã, dia 9, por ser feriado no Estado de São Paulo o Escritório Carvalhaes não funcionará, retornará com suas atividades na segunda-feira, dia 12.