Boletim semanal Carvalhaes – Mercado de café fechou mais uma semana em alta

Boletim semanal – ano 77 – n° 25

Santos, sexta-feira, 25 de junho de 2010

Escritório Carvalhaes


O mercado de café fechou mais uma semana em alta e continuou surpreendendo os operadores que apostaram na queda dos preços com a entrada da safra brasileira de café 2010/2011. A nova safra está chegando ao mercado em ritmo normal e os lotes oferecidos aos compradores são rapidamente absorvidos. Os serviços de colheita estão avançados e não se nota pressão vendedora.


Baixos estoques em todo o mundo; queda contínua nos estoques certificados na ICE Futures US (sem condições de ser interrompida antes do final de 2010, quando começará a entrar no mercado a nova safra da América Central e Colômbia); quebra na produção de arábica em muitos dos principais concorrentes do Brasil com os seguidos problemas climáticos; linhas de financiamento para colheita chegando às agências bancárias brasileiras; bom volume de vendas antecipadas para entrega nos próximos meses. Esse conjunto de fatores dá aos produtores confiança e condições para negociar com mais calma, evitando uma pressão vendedora no início da safra.


Nesta altura dos trabalhos de colheita, os cafeicultores já perceberam que nossa safra terá um bom volume como esperado, mas suficiente apenas para nossas necessidades de exportação e consumo (19 milhões para o consumo interno e 32 a 33 milhões para a exportação). Em 2011 teremos uma produção menor que a deste ano e a situação dos estoques mundiais continuará preocupante, com um volume ainda menor, principalmente de arábicas de boa qualidade.


O quadro acima deixa claro que a alta nas bolsas de futuro tem fundamento e não é apenas um movimento especulativo. Especuladores perceberam a oportunidade e estão se colocando na posição compradora. Os preços do café foram represados por muitos anos, ignorando as perdas do dólar, o crescimento do consumo e o aumento dos custos de produção.


Esta semana, na madrugada da quinta-feira, os contratos de café no pregão eletrônico da ICE chegaram a trabalhar com mais de 1600 pontos de alta. Analistas, espantados, comentaram que era a maior cotação em doze anos (desde fevereiro de 1998), não levando em consideração a forte desvalorização do dólar e o aumento dos custos de produção neste período (é fácil levantar o que aconteceu nesses doze anos com o valor do salário mínimo no Brasil, país responsável por quase 40% do café consumido no mundo).


Em nossa opinião, para que possamos ter cafés de boa qualidade nos volumes necessários para atender as necessidades mundiais de consumo, que esta crescendo 1,5 a 2% ao ano, os preços teriam de subir ainda mais, adequando-se a uma nova realidade e passando a oscilar em um patamar mais alto (como já acontece com outras commodities).


As cotações atingidas na quinta-feira não são recordes. Nos anos 70 e 80 do século passado, a bolsa de Nova Iorque já chegou a patamares mais altos (atingiu picos de mais de três dólares por libra peso), com estoque mundial bem acima do atual e o dólar muito mais forte no mundo.


Até o dia 24, os embarques de junho estavam em 967.495 sacas de arábica e 97.206 sacas de conillon, somando 1.064.701 sacas de café verde, mais 109.373 sacas de solúvel, contra 1.415.379 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 24, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.737.894 sacas, contra 1.788.193 sacas no mesmo dia do mês anterior.


A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 18, sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 25, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 680 pontos ou US$ 9,00 (R$ 16,02) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 18, a R$ 379,96/saca e hoje, dia 25, a R$397,47/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 15 pontos.

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