Boletim semanal – ano 76 – n° 37
Santos, sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O conjunto de medidas de apoio à cafeicultura brasileira, anunciado, no último dia 3, pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, foi aprovado na quarta-feira, 16, em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional.
O CMN aprovou cinco medidas:
1) A prorrogação por quatro anos de financiamentos de custeio e colheita, com recursos do FUNCAFÉ, que totalizam R$ 860 milhões;
2) criação de linha de crédito de R$ 100 milhões, com recursos do FUNCAFÉ, para cooperativas de crédito refinanciarem dívidas de cafeicultores que comprovarem incapacidade de pagamento;
3) retomada da linha de crédito de R$ 100 milhões para a renegociação de financiamentos atrelados à Cédula de Produtor Rural – CPR;
4) Redução da taxa de juros do FUNCAFÉ de 7,5% para 6,75% ao ano para todas as linhas de financiamento em curso e novas operações;
5) estabelecer o preço mínimo em vigor como base de concessão dos financiamentos de estocagem, do FAC – Financiamento para Aquisição de Café e da LEC – Linha Especial de Crédito.
Essas medidas complementam medidas anteriores, anunciadas no início de setembro, para aquisição de café diretamente dos produtores (AGFs) e a conversão de parte das dívidas em café. São trezentos milhões de reais para AGFs de até mil sacas de café arábica. A base de preços é de R$ 261,69 por saca, que é o preço mínimo em vigor. Pelo mesmo preço mínimo, o governo também permitiu a conversão em sacas de café de débitos com o FUNCAFÉ.
O objetivo do governo federal é melhorar a renda do cafeicultor com a retirada do mercado de até 25% da safra atual, formando estoques e equilibrando oferta e demanda de café brasileiro (veja mais informações em nosso site).
O mercado futuro de café que desde o início da semana já vinha reagindo (na segunda-feira, 14, a ICE FUTURES em Nova Iorque fechou com 655 pontos de alta), acompanhando o otimismo dos demais mercados com as boas notícias sobre a economia mundial, se consolidou com as medidas anunciadas e a ICE acumulou alta de 950 pontos na semana. No Brasil, o físico subiu menos, levando os vendedores a uma posição mais cautelosa, aguardando a implementação das medidas aprovadas pelo CMN.
Os compradores que precisam de café arábica de qualidade para cumprir seus compromissos encontram dificuldades para conseguir os lotes desejados. A safra de ciclo baixo, as chuvas abundantes no decorrer da colheita e os preços baixos desestimulando o produtor a investir em uma colheita mais cuidadosa, derrubaram a quantidade de lotes de arábica de boa qualidade. Boa parte do que ainda existe está comprometido com vendas antecipadas, CPRs e opções de venda ao governo federal.
Até o dia 17, os embarques de setembro estavam em 957.556 sacas de café arábica e 61.138 sacas de café conillon, somando 1.018.694 sacas de café verde, e 113.792 sacas de solúvel, contra 990.481 sacas no mesmo dia de agosto. Até o dia 17, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 1.510.573 sacas, contra 1.644.128 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, em uma semana (do fechamento do dia 11, sexta-feira, até o fechamento de hoje), subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 950 pontos ou US$12,57 (R$22,74) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 11, a R$305,84, e hoje, dia 18, a R$325,56/saca. Hoje, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 5 pontos.