Boletim semanal – ano 77 – n° 1
Santos, sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Escritório Carvalhaes
Como costuma acontecer todos os anos, na primeira semana de 2010 o mercado físico de café praticamente não trabalhou. As bolsas de futuro trabalharam em alta e recuperaram as perdas da última semana de 2009. Hoje, sexta-feira, o mercado físico começou a mostrar alguma atividade com compradores para os melhores arábicas a R$ 290,00 e vendedores a R$ 300,00.
Os embarques de dezembro só devem ser divulgados oficialmente na segunda-feira, dia 11, mas ultrapassarão 2,4 milhões de sacas, estabelecendo no ano-calendário de 2009 um novo recorde das exportações brasileiras de café. Como estamos em ano de ciclo baixo na produção de café, no ano-safra 2009/2010 (1º de julho de 2009 a 30 de junho de 2010) não deveremos ter recorde de embarques (no ano-safra 2008/2009, o Brasil embarcou 31 487 449 sacas de 60 kg).
Ontem, dia 8, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, divulgou a primeira estimativa da produção de café na próxima safra 2010/2011, realizada pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. O trabalho indica que o Brasil poderá colher entre 45,89 e 48,66 milhões de sacas de 60 kg do produto beneficiado. Se confirmado o valor maior (48,66 milhões) esta será a maior colheita da história, superando por pouco a de 2002/2003, que foi de 48,48 milhões de sacas. A pesquisa de campo foi realizada no período de 23 de novembro a 4 de dezembro, e o trabalho de acompanhamento envolveu a participação de 189 técnicos da CONAB e órgãos conveniados (veja o trabalho completo da CONAB na seção safras de nosso site).
O que chama a atenção e preocupa, é que mesmo que as condições climáticas adversas não tenham prejudicado a próxima safra (O CNC discordou da possibilidade do Brasil colher a maior safra da história. “Deve-se considerar a descapitalização do produtor, as floradas desuniformes e a incidência de pragas e doenças”) e o Brasil colha uma safra recorde, ela será suficiente apenas para atender as necessidades brasileiras de embarques (no mínimo, 30 milhões de sacas) e consumo interno (no mínimo, 18 milhões de sacas), zerando no próprio ano de colheita nossa safra recorde em mais de 280 anos de produção! Como tradicionalmente muitos cafeicultores não vendem sua produção total, financiando parte dela (e agora os financiamentos são abundantes), a situação será de muito aperto de oferta. Não podemos nos esquecer também dos leilões de opções, que certamente serão feitos para dar sustentação aos preços na entrada da safra brasileira de café.
Até o dia 30, os embarques de dezembro estavam em 2.142.382 sacas de café arábica, e 78.555 sacas de café conillon, somando 2.220.937 sacas de café verde, e 248.995 sacas de solúvel, contra 2.530.490 sacas no mesmo dia de novembro. Até o dia 30, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 2.487.159 sacas, contra 2.723.706 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 7, os embarques de janeiro estavam em 183.835 sacas de café arábica, e 7.040 sacas de café conillon, somando 190.875 sacas de café verde, e 21.641 sacas de solúvel, contra 21.960 sacas no mesmo dia de dezembro.
A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 31, quinta-feira, até o fechamento de hoje, dia 8, subiu nos contratos para entrega em março próximo, 940 pontos ou US$12,43 (R$21,51) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 31, a R$313,45 e hoje, dia 8, a R$332,63/saca. Hoje, quarta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 345 pontos.