Boas práticas agrícolas auxiliam no controle de plantas daninhas

Durante o XXXI Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, produtores e pesquisadores destacaram as formas de se fazer um manejo inteligente da lavoura

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2018 – Diversos estados do Brasil sofrem com o problema de infestação e resistência das plantas daninhas, como é o caso da região Sul com a Buva e o Azevém, por exemplo. Esse desafio impacta diretamente no comportamento do agricultor, do mercado, e também da produtividade da lavoura. Durante o XXXI Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, entre os dias 27 e 31 de agosto, no Rio de Janeiro, foram apresentadas soluções e exemplos de manejo inteligente e como isso pode ajudar a reduzir a população de plantas daninhas e proteger a plantação.



Segundo o gerente de boas práticas agrícolas da plataforma INTACTA 2 XTEND® para o Brasil, Ramiro Ovejero, há hoje no país locais com infestações mistas de plantas daninhas, ou seja, plantas de folhas largas e estreitas, resistentes a mais de um herbicida, causando problemas ao agricultor em uma mesma área. “Isso é um desafio não só para o agricultor, mas também para os pesquisadores que estudam estes casos e para a indústria que busca novas ferramentas para auxiliar o produtor a ter um bom resultado no controle de pragas”, afirma.

Cada vez mais novas tecnologias e boas práticas agrícolas são necessárias para que se possa fazer um controle correto das plantas daninhas. O princípio do manejo inteligente, segundo o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/ USP), Pedro Christoffoleti, é, talvez, uma das estratégias mais promissoras para se fazer frente às perdas de produtividade e aumentos de custos de produção, provocados pelos quadros de resistência de plantas daninhas. “Estima-se que as plantas daninhas reduzem a produção em 34%”, explica o professor.

Exemplo a seguir

Os produtores estão investindo cada vez mais em um manejo integrado das lavouras para alcançar bons resultados. Há quase 100 anos, a família de Rogério Pacheco, do município de Carazinho, no Rio de Grande do Sul, trabalha no campo. Ele é a terceira geração de produtor rural e produz soja desde a década de 60. Pacheco foi um dos convidados do painel tecnológico sobre “O futuro da biotecnologia diante do desafio no controle de plantas daninhas no sistema agrícola”, durante o Congresso.

O agricultor destaca a necessidade de rotacionar herbicidas e culturas para se ter um controle mais eficiente de pragas e o quanto o plantio direto o ajudou a manejar plantas daninhas. “O plantio direto nos ensinou que o sistema depende de muita palha. Essa palha é um herbicida natural, pois ela controla fisicamente a erva. Não podemos deixar toda a responsabilidade para o químico. Temos que também ter um manejo bem feito para reduzir o aparecimento das plantas daninhas”, diz.

Com o manejo integrado feito da melhor forma, o uso correto dos químicos e o plantio direto, o solo é envelopado, conservando a umidade e os nutrientes. “Hoje, cerca de 90% da nossa área plantada tem minhoca no solo. Sabe o que isso significa? Que tem vida no solo. A consequência disso tudo é a produtividade”, relata o produtor gaúcho.

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