Publicado em 31/01/2014
As cotações do café no mercado futuro atingiram a maior alta em cinco meses na Bolsa de Nova Iorque (ICE Futures), devido às crescentes preocupações de que o clima seco poderá diminuir a produção no Brasil. O site norte-americano Bloomberg informa que lavouras do nordeste de São Paulo e sudoeste de Minas Gerais, deverão continuar enfrentando a falta de chuvas nas próximas duas semanas. O nível de chuvas esteve 50% abaixo da média nos últimos 30 dias.
Além da seca atual, as plantas de café já haviam sido prejudicadas por chuvas fortes em dezembro. O café arábica no mercado futuro já subiu 23% desde o dia 6 de novembro. O primeiro vencimento em Nova York, março 2014, deve encerrar o mês de janeiro com valorização superior a 10%. Esta alta dos preços poderá aumentar os custos de empresas e cafeterias como a Starbucks.
Luiz Fernando de Mello Monteiro, corretor da H. Commcor Ltda., informou que as plantas estão sendo prejudicadas pela falta de chuvas e pelas altas temperaturas e que uma redução na produtividade poderá ser registrada.
Safras brasileiras
Luiz Eduardo de Paula, proprietário da H. Commcor, afirma que as previsões de 60 milhões de sacas de café, apresentadas por alguns analistas, poderão não se concretizar. “Esta safra terá de 52 a 55 milhões de sacas. A seca está nos mostrando que este mercado não deve cair”.
Sterling Smith, especialista em mercado futuro do Citigroup Inc., em Chicago, afirmou que as previsões de seca prolongada no Brasil já estão atraindo interesses especulativos. “Se a seca persistir ao longo de fevereiro, há grandes chances de perdas de safras”.
Em 2013, o café caiu 3%, registrando a terceira queda consecutiva e a mais longa desde 1993, por conta da entrada de safras cheias do Brasil e da Colômbia, o segundo maior produtor de arábica. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a produção mundial deve ser maior que a demanda pelo quarto ano consecutivo.
Informações: Bloomberg
Tradução: Fernanda Bellei
Fonte: Notícias Agrícolas