03 de junho de 2010 | 1h 26
Cristiana Menichelli – O Estado de S.Paulo
Lançamento fresquíssimo do Ateliê do Café, o Royal Collection sintetiza o trabalho da equipe da fazenda Daterra, no Cerrado mineiro, voltado para o desenvolvimento de blends nos mesmos moldes do vinho.
O Royal é elaborado a partir de uma mescla de 60% de café natural (seco no pé e colhido no estágio de uva-passa) e 40% de café descascado (quando o grão cereja, em plena maturação, é colhido e tem a casca retirada).
O fato de os grãos usados no blend serem colhidos em dois momentos diferentes de maturação de uma mesma planta o torna especial porque combina a doçura do natural e a acidez do descascado.
O trabalho exigiu um minucioso monitoramento e só foi possível graças às excelentes condições climáticas que marcaram a safra de 2009 na região.
Os grãos cereja, que ficam nos galhos da parte central do cafeeiro, foram os primeiros a serem colhidos. \”Decidimos esperar para colher os frutos da porção inferior do pé, conhecida como barra da saia. Como eles recebem menos insolação, sua maturação é mais lenta\”, diz Carlos Alberto Vieira Borges, degustador e blender da Daterra.
Para colhê-los no melhor ponto de doçura e corpo, sem deixá-los fermentar, foi preciso acompanhar de perto. \”Provávamos o café a cada três dias.\” E no 32º dia após a colheita dos grãos cereja, foi a vez de tirá-los do pé.
A torra do blend foi outro desafio. \”Deixamos descansando por 15 dias, para permitir a troca de umidade entre os grãos diferentes\”, diz Borges, que também teve de realizar vários testes até encontrar a torra perfeita. Média.
Na xícara, o Royal Collection é redondo, tem equilíbrio de doçura, acidez e corpo. É um blend para café filtrado. O Ateliê do Café (www.ateliedocafe.com.br) tem também uma versão de moagem para french press.