BIRD prevê alta de 20% nos preços agrícolas

26 de novembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

26/11/2009 – Cenários: Aumento ocorrerá no período 2009-2018 comparado à 1999-2007; fundos de índice influenciam Assis Moreira, de Genebra


O Banco Mundial (BIRD) projeta uma alta média de 20% nos preços reais das commodities agrícolas durante o período 2009-2018 comparado com o intervalo 1999-2007, e maior volatilidade nas cotações, de acordo com fontes da instituição em Washington. A tendência é de as commodities agrícolas se tornarem mais expostas a riscos sistêmicos e volatilidades, na medida em que os mercados de alimentos ficaram mais integrados com os de outras commodities e com o mercado financeiro.


A volatilidade na área financeira se reflete nos mercados agrícolas por meio de vínculos com os fundos de índices de commodities. Além disso, as mudanças na frequência, distribuição e intensidade de chuvas causam mais impactos na produção, estimam técnicos do banco.


Os investimentos em índices de commodities devem alcançar este ano US$ 60 bilhões, com os investidores diversificando suas aplicações num cenário de queda de dólar americano. O total investido, até hoje, nesses índices deve ficar próximo dos US$ 240 bilhões em dezembro, de acordo com o Barclays Capital, de Londres.


Segundo fontes, o Banco Mundial trabalha com a projeção de alta média de 20% nos preços agrícolas nos próximos anos, levando em conta também o fato de que os baixos estoques de grãos aumentaram igualmente a sensibilidade das cotações a choques de oferta e demanda. Ou seja, tudo conduz a mais incertezas no futuro, e a convergência de “choques de volatilidade” pode levar a uma mudança rápida e profunda nos preços agrícolas, como ocorreu em 2008.


A menor demanda por causa da recessão internacional e a baixa no preço dos combustíveis ajudaram a derrubar as cotações internacionais de alimentos, atenuando os temores de nova crise nos mercados. Em setembro, os preços baixaram 2% em relação ao segundo semestre, e o custo de fertilizantes caiu 22%.


No entanto, os preços agrícolas ainda eram 23% mais altos em setembro do que a média de 2006. As cotações do arroz ainda estavam 80% mais elevadas do que no começo de 2006, apesar da queda de 43% desde o pico do ano passado. O preço do milho continuou mais alto em 43%. O custo do fosfato ainda é o dobro do preço do começo de 2006.


O declínio nos preços globais de grãos não se traduziu necessariamente na baixa do custo em vários países, com as condições locais pressionando de maneiras diferentes. Algo significativo é que vários países baixaram tarifas e restrições à exportação de alimentos. Afinal, o acesso ao mercado global é considerado essencial para a segurança alimentar.


Em avaliação publicada ontem, o Barclays Capital destaca um relatório da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, estimando queda na produção chinesa de milho, trigo, algodão e de soja no período 2009/2010.


No caso da soja, a estimativa é de que a produção seja 11 milhões de toneladas menor, enquanto as importações vão ser moderadas, ficando em 39 milhões de toneladas, em razão dos altos estoques acumulados este ano. A produção de trigo cairia 6%, a de milho, 9% e a de algodão, 15%, segundo os americanos. E tudo o que acontece na China tem efeito no mercado internacional.


As informações partem do Valor Econômico.


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Bird prevê alta de 20% nos preços agrícolas

25 de novembro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Valor Econômico

25/11/09


Cenários: Aumento ocorrerá no período 2009-2018 comparado à 1999-2007; fundos de índice influenciam


Assis Moreira, de Genebra


O Banco Mundial (Bird) projeta uma alta média de 20% nos preços reais das commodities agrícolas durante o período 2009-2018 comparado com o intervalo 1999-2007, e maior volatilidade nas cotações, de acordo com fontes da instituição em Washington. A tendência é de as commodities agrícolas se tornarem mais expostas a riscos sistêmicos e volatilidades, na medida em que os mercados de alimentos ficaram mais integrados com os de outras commodities e com o mercado financeiro.


A volatilidade na área financeira se reflete nos mercados agrícolas por meio de vínculos com os fundos de índices de commodities. Além disso, as mudanças na frequência, distribuição e intensidade de chuvas causam mais impactos na produção, estimam técnicos do banco.


Os investimentos em índices de commodities devem alcançar este ano US$ 60 bilhões, com os investidores diversificando suas aplicações num cenário de queda de dólar americano. O total investido, até hoje, nesses índices deve ficar próximo dos US$ 240 bilhões em dezembro, de acordo com o Barclays Capital, de Londres.


Segundo fontes, o Banco Mundial trabalha com a projeção de alta média de 20% nos preços agrícolas nos próximos anos, levando em conta também o fato de que os baixos estoques de grãos aumentaram igualmente a sensibilidade das cotações a choques de oferta e demanda. Ou seja, tudo conduz a mais incertezas no futuro, e a convergência de “choques de volatilidade” pode levar a uma mudança rápida e profunda nos preços agrícolas, como ocorreu em 2008.


A menor demanda por causa da recessão internacional e a baixa no preço dos combustíveis ajudaram a derrubar as cotações internacionais de alimentos, atenuando os temores de nova crise nos mercados. Em setembro, os preços baixaram 2% em relação ao segundo semestre, e o custo de fertilizantes caiu 22%.


No entanto, os preços agrícolas ainda eram 23% mais altos em setembro do que a média de 2006. As cotações do arroz ainda estavam 80% mais elevadas do que no começo de 2006, apesar da queda de 43% desde o pico do ano passado. O preço do milho continuou mais alto em 43%. O custo do fosfato ainda é o dobro do preço do começo de 2006.


O declínio nos preços globais de grãos não se traduziu necessariamente na baixa do custo em vários países, com as condições locais pressionando de maneiras diferentes. Algo significativo é que vários países baixaram tarifas e restrições à exportação de alimentos. Afinal, o acesso ao mercado global é considerado essencial para a segurança alimentar.


Em avaliação publicada ontem, o Barclays Capital destaca um relatório da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, estimando queda na produção chinesa de milho, trigo, algodão e de soja no período 2009/2010.


No caso da soja, a estimativa é de que a produção seja 11 milhões de toneladas menor, enquanto as importações vão ser moderadas, ficando em 39 milhões de toneladas, em razão dos altos estoques acumulados este ano. A produção de trigo cairia 6%, a de milho, 9% e a de algodão, 15%, segundo os americanos. E tudo o que acontece na China tem efeito no mercado internacional.
 

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