BB pode sofrer ação

13 de janeiro de 2006 | Sem comentários Comércio Mercado Interno

“Defendemos a ação contra o BB porque entendemos que houve um abuso por parte do banco. Jamais a instituição poderia cobrar juros acima de 12% para o custeio da safra agrícola, mesmo porque a Constituição Federal proíbe taxas abusivas”, argumenta o presidente do Sindicato Rural de Primavera do Leste, José Nardes.

Ele quer que o banco faça o ressarcimento, de alguma forma, de parte dos prejuízos que os agricultores tiveram com a cobrança de juros acima dos 12%. “Estamos propondo que o banco considere no máximo 2% de juro acima da taxa usual de custeio para os recursos controlados”, sugere Nardes. Com isso, os juros sobre os empréstimos com recursos não equalizados cairia para 14%.


Famato

O presidente da Famato, Homero Pereira, concorda com a reclamação de José Nardes, mas diz que a entidade vai estudar algumas alternativas antes de propor uma ação contra o banco. “Vamos procurar a Superintendência Regional para ver se entramos num acordo. Os produtores não podem ser penalizados desta forma”.


Homero conta que o BB, quando começou operar os financiamentos para o custeio da safra 2005/06, liberava uma parte dos recursos a juros de 8,75% (recursos controlados do governo) e outra “a juros de mercado”. Agora, segundo ele, está sobrando dinheiro que poderia ter sido liberado à taxa de 8,75%.

“A impressão que se tem é de que o banco queria mesmo financiar o custeio para o produtor com dinheiro mais caro. Agora está sobrando recursos nas agências e os produtores querem uma explicação para isso”, criticou Homero.


O presidente da Famato disse que a postura do Banco do Brasil acarretou prejuízos para o produtor, que tiveram seus custos elevados na safra passada. “A agricultura não suporta juros de mercado, todos sabem disso. As consequências agora podem ser o aumento da inadimplência para o banco”, adverte Homero.


Aprojosa


O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Rui Carlos Ottoni Prado, diz que o Banco do Brasil deveria priorizar a aplicação dos recursos com juros controlados. “O BB não deveria ter praticado juros de mercado, quando ainda tinha recursos controlados para a safra. Acho que a reivindicação dos produtores é legítima, pois os recursos são do Tesouro e deveriam ser distribuídos a taxas compatíveis (8,75%)”, disse ele.(fonte: Diário de Cuiabá)

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