SÃO PAULO – O casarão de dois andares da Alameda Ribeiro da Silva foi construído em 1883 pelo Coronel Antônio José Corrêa, o Barão do Rio Pardo. A edificação segue características de outros imóveis erguidos na cidade pela elite cafeeira: tem cômodos amplos, pé direito alto, pisos e portas feitos com madeira trabalhada e enfeites de ferro e de madeira na parte exterior.
A residência fica em um dos cantos do terreno. Segundo levantamento do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), este era um costume comum do período em que o casarão foi construído. No final do século 19, as características rurais ainda estavam presentes nos imóveis urbanos, e as casas ficavam numa das extremidades do terreno para que houvesse espaço para cavalos e um eventual pomar.
De acordo com os atuais moradores do casarão, o imóvel já recebeu visitas ilustres, como a Princesa Isabel. O Barão do Rio Pardo morreu em 1906, alguns anos depois de ter vendido o casarão para o Conde de Serra Negra, Manoel Ernesto Conceição, que, por sua vez, o alugou entre 1908 e 1913 para o colégio Sílvio Almeida, um internato só para rapazes.
Depois que o internato fechou, o casarão serviu de base para o 4º Batalhão de Caçadores de São Paulo. Em 1918, foi adquirido por Dario Ribeiro. Seu filho, o acadêmico Pedro de Oliveira Ribeiro Neto ocupou o sobrado até 1982, quando deu entrada em seu pedido de tombamento junto ao Condephaat.
Moradores mais velhos do casarão contam que no final dos anos 1980, o lugar começou a transformar-se num cortiço. Em 5 de janeiro deste ano, depois do desabamento de parte do teto do 2º andar, o cortiço foi desfeito e o casarão foi interditado pela Defesa Civil.