14/03/2013
“Este é o momento de investir. A hora é de recuperação de cafezais e de incentivo a novos plantios de café no estado”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao participar da abertura oficial do 14º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé 2013), representando o governador Jaques Wagner. Salles lembrou que a cafeicultura baiana sofreu graves prejuízos com a seca prolongada, e disse que, informado de que o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) havia suspendido o crédito pelo FNE porque os preços estavam muito baixos, conversou com o diretor de negócios Paulo Sérgio Rebouças Ferraro, que, sensibilizado, levou o assunto à Presidência e este sinalizou com o compromisso de reabrir o crédito para cafeicultores do nordeste. O argumento do secretário foi que justamente neste momento é que o banco tem que incentivar a cultura, porque, como o mercado é cíclico, a tendência é que no momento de pagar os financiamentos os preços estejam altos.
De acordo com Salles, o café, grande gerador de empregos na Chapada Diamantina e na região de Vitória da Conquista, sofreu muito com a seca nas duas últimas safras, registrando redução dramática. Em 2011 foi colhido 1,5 milhão de sacas, número reduzido para 900 mil sacas em 2012. Neste ano, se não chover o suficiente, a expectativa de colheita é de 500 mil sacas. Na opinião de Salles, a recuperação da cultura é fundamental, e para tanto novos créditos são fundamentais. O secretário também defendeu a necessidade de revisão da legislação trabalhista, com a implantação de um “Simples” que permita ao produtor ter relação menos burocrática, respeitando os direitos do trabalhador e cumprindo as obrigações de recolhimento de taxas e impostos. A ideia que ele defende desde quando era presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia é que o produtor possa contratar trabalhadores por dia para colheita ou capina, por exemplo, sem que tenha que registrá-los, e, consequentemente, fazer todos os procedimentos burocráticos exigidos pela lei atual.
Presidente da Associação dos Cafeicultores da Bahia (Assocafé) e do evento, João Lopes Araújo sugeriu a aprovação do preço mínimo proposto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), quando o café arábica passaria a R$ 340,00, e o conillon, a R$ 180,00; a instituição de um Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) de dois milhões de sacas; uma linha de crédito de R$ 500 milhões para compradores naturais de café; linha de crédito para investimento com estímulo ao uso da tecnologia, com carência de quatro anos e dez anos para pagar, com juros próximos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) no valor de R$ 300 milhões.