Banco de Germoplasma de café do IAC contribui com pesquisas de melhoramento genético do Consórcio Pesquisa Café

As pesquisas de melhoramento genético desenvolvidas peloConsórcio Pesquisa Café têm

28 de setembro de 2012 | Sem comentários Biotecnologia Tecnologias
Por: Embrapa-Café

 


 


FOTO: Coffea kapakata, de origem angolana, conservada no IAC. Crédito: IAC.
 
 nos Bancos de Germoplasma de café sua principal fonte de matéria-prima. Os BAGs guardam e preservam uma extensa coleção de recursos genéticos utilizados nas pesquisas de melhoramento e na biotecnologia para obtenção de cultivares cada vez mais adaptadas e produtivas. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), instituição do Consórcio, mantém o maior e mais antigo Banco de Germoplasma de café do país, com 5.451 registros.
 
 
 
Pesquisa – Com essa diversidade, o BAG do Instituto Agronômico contribui para significativos resultados na pesquisa cafeeira há 80 anos. Entre pesquisas que contam com a participação do Consórcio, como o estudo para obtenção de cultivar resistente ao bicho-mineiro, desenvolvida pela Fundação Procafé, pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e pelo IAC, e a cultivar IAC 045125 de café naturalmente sem cafeína, protegida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2011, desenvolvida por pesquisa do IAC com parceria da Embrapa Café. A nova cultivar, ainda em pesquisa, foi obtida a partir de um gene conservado no BAG retirado de uma planta originária da Etiópia. O acesso foi introduzido no Banco do IAC vindo de um centro de pesquisa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na Costa Rica. As pesquisas de melhoramento envolvem um trabalho de décadas, que tem início com a seleção de genótipos feita entre os acessos do BAG.
 
O trabalho de caracterização morfológica, agronômica, química e molecular feito com os materiais genéticos mantidos nos Bancos de Germoplasma é contínuo. Esta etapa é importante para a definição e a seleção dos materiais mais resistentes, com melhor produtividade e demais características consideradas necessárias de acordo com cada pesquisa. Um trabalho de longo prazo, avançando de geração em geração de plantas resultantes dos cruzamentos, mas que permite chegar a resultados efetivos, com precisão quanta à cultivar de café desejada.
 
As duas cultivares mais utilizadas nas lavouras cafeeiras do Brasil, a Mundo Novo e a Catuaí, são resultados de pesquisas de melhoramento conduzidas pelo Instituto Agronômico a partir de seu Banco de Germoplasma. Elas são plantadas em cerca de 80% das lavouras de café atualmente.
 
Mundo Novo – Existem diferentes cultivares do grupo Mundo Novo, a primeira utilização desta espécie data das décadas de 1940 e 1950. As cultivares do grupo Mundo Novo têm porte alto, fruto maduro da cor vermelha, alto vigor e produtividade e bebida de boa qualidade.
 
Catuaí – A Catuaí possui dois grupos de cultivares: de frutos vermelhos e de frutos amarelos. Ambas geram uma planta de porte baixo, alto vigor e produtividade e boa qualidade da bebida.
 
Saiba mais sobre as cultivares acessando o Registro Nacional de Cultivares – RNC, do Mapa.
 
Conservação – Além da contribuição científica, fundamental para as pesquisas de melhoramento genético do café, o Banco de Germoplasma do IAC preserva centenas de espécies, conservadas diretamente no campo ou em vasos mantidos em ripado e casas de vegetação, em Campinas e Mococa (SP), para gerações e estudos futuros na cafeicultura.
 
O programa de melhoramento genético do IAC começou em 1933, quando foi introduzido o primeiro registro no BAG da instituição, conta Oliveiro Guerreiro Filho, curador do Banco de Germoplasma. “Quanto maior a diversidade genética mais eficaz é a seleção das melhores plantas e a posterior obtenção da cultivar desejada. O BAG é o primeiro passo para isso”, explica. Por isso mesmo a introdução de novos acessos deve ser permanente, com a troca e intercâmbio de registros com Bancos de instituições nacionais ou internacionais.
 
Mas é preciso preservar o material conquistado também. Nas negociações para troca de registros, todo cuidado com as variedades do maior BAG de café do Brasil é tomado, uma vez que “altos investimentos foram feitos durante 80 anos na implantação e manutenção do BAG, que é patrimônio da instituição e do País”, destaca.
 
Mais sobre o BAG – A coleção mantida pelo Centro de Café Alcides Carvalho do IAC é formada por cerca de trinta mil cafeeiros pertencentes as espécies Coffea arabica, C. canephora, C. congensis, C. eugenioides, C. liberica, C. racemosa, C. salvatrix, C. kapakata, C. stenophylla, C.millotii, C. sessiliflora, C. heterocalyx, C. humilis, C. anthonii Psilanthus ebracteolatus e P. travancorensis. Reúne grande diversidade de mutantes, formas botânicas, variedades exóticas e introduções oriundas dos centros de origem e de diversificação deC. arabica e C. canephora, principais espécies cultivadas.
 
As pesquisas do Consórcio Pesquisa Café, cuja gestão é feita pela Embrapa Café, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vinculada ao Mapa, contam com apoio do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé/Mapa). Como é o caso dos recursos que contribuem para manutenção do Banco de Germoplasma do IAC, que conta também com orçamento próprio.
 
 
 
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
 Texto: Cristiane Vasconcelos (MTb 1639/CE).

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