Banco alemão acredita que tendência de alta das commodities deverá prosseguir

Publicação: 16/01/07

16 de janeiro de 2007 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Jornal do commercio

Deutsche Bank AG, a maior corretora de valores mobiliários da Europa, disse que a queda dos preços das commodities, ocorrida no mês passado, não indica o fim do movimento de alta desses produtos, que começou cinco anos atrás. O prognóstico do banco alemão se opõe ao de seu concorrente ABN Amro Holding NV. Os preços das commodities estão passando por uma “correção recorrente dentro de um movimento de alta persistente”, e poderão continuar altos por um período prolongado, informaram Michael Lewis, Peter Richardson e outros analistas do Deutsche Bank em relatório divulgado no último dia 12 de janeiro.


Os preços do níquel, zinco, ouro e grãos deverão subir ainda mais este ano, disse o banco. O Índice Reuters/Jefferies CRB de 19 commodities caiu 9,6 % desde o final de novembro, e o banco holandês ABN Amro disse no último dia 9 de janeiro que a derrocada foi “o fim definitivo” de um movimento de alta dos metais básicos. O cobre caiu 35% desde que alcançou seu recorde, em maio do ano passado, e o petróleo recuou 32% desde julho de 2006. A relação oferta/demanda ainda “permite prever um período prolongado de expansão das margens dos produtores em decorrência dos preços elevados”, disseram os analistas.


O crescimento da economia mundial estará “acima do normal” e os investidores deveriam dar preferência a metais como níquel e zinco, que ainda enfrentam déficit produtivo em relação à demanda. O Goldman Sachs JBWere Pty, a afiliada australiana do Goldman Sachs, o banco de investimentos mais lucrativo do mundo, disse também na semana passada que a recente queda dos preços dos metais era “uma correção temporária”.


Um ajuste dos pesos relativos das commodities no Índice Dow Jones-AIG de Commodities levou os fundos a vender metais, e as commodities ainda vão se beneficiar da demanda por parte da China e do aperto da oferta, disse o Goldman. O Deutsche elevou suas projeções para o preço do níquel, empregado na fabricação do aço inoxidável, em 62 % para 2007, para US$ 14,28 a libra-peso, e em 110 % para 2008, para US$ 14,06 a libra-peso.


Os preços do níquel no mercado à vista alcançaram em média US$ 10,96 a libra-peso em Londres no ano passado. O banco também elevou sua projeção para o preço do zinco em 2007 em 6,7% , para US$ 1,67 a libra-peso. CAFÉ. O mercado mundial de café poderá enfrentar um déficit de 11 milhões de sacas, ou de 1,45 bilhão de libras-peso, no ano que vem, uma vez que os países produtores podem se mostrar incapazes de cobrir a lacuna deixada pelos cortes produtivos registrados pelo Brasil, país que é o maior produtor mundial da commodity, disse a Organização Internacional do Café (OIC).


Em dezembro passado, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão brasileiro responsável pela formulação de prognósticos, estimou uma redução de aproximadamente 27% da produção brasileira para a safra 2007-2008, período em que os pés de café do Brasil entrarão no ano de baixa produção de seu ciclo de crescimento que dura dois anos. A OIC, sediada em Londres, disse hoje em relatório prever que a produção mundial de café totalizará entre 109 milhões e 112 milhões de sacas em 2008.


A produção brasileira responderá por 29 % desse total. A demanda deve girar entre 118 milhões e 120 milhões de sacas. Uma saca de café pesa 60 quilos. Milho. Os contratos futuros de milho da China, o maior produtor mundial do grão, dispararam para um valor recorde, puxados pela preocupação de que a oferta do produto, empregado na alimentação humana, como ração e como fonte de combustível, não conseguirá acompanhar o ritmo da demanda.


Os contratos futuros de milho para entrega em maio subiram 63 iuan, ou 3,9%, fechando a 1,676 iuan (US$ 215) a tonelada na Bolsa de Commodities de Dalian, seu preço mais elevado desde a introdução desse contrato, em março de 2005. O consumo mundial de milho deverá saltar para a quantidade recorde de 725,8 milhões de toneladas.
 

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