Parlamentares da bancada ruralista insistem na necessidade de elevar o porcentual da dívida de custeio da safra 2005/06 que será prorrogada automaticamente pelo governo. Para o milho, o governo já aceitou a prorrogação automática de 35% do saldo devedor e o pedido é para que o teto seja elevado para 50%.
‘No Paraná, os produtores perderam 80% da safra de milho e eles não podem pagar essas dívidas. O impacto é muito grande’, afirmou o deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), que reuniu-se na noite de ontem com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
Deputados, representantes dos produtores e das cooperativas, além de técnicos do Ministério da Fazenda e da Agricultura, fazem parte de uma comissão que avalia a situação do agronegócio. Rodrigues recebeu uma parte desse grupo.
Na semana passada, o governo anunciou alguns ajustes nas medidas anunciadas no dia 25 de maio. No caso do milho, o Ministério da Fazenda aceitou elevar de 20% para 35% a parcela do saldo devedor dos débitos de custeio, regra que vale para os produtores de todo o País. Micheletto também pediu ao ministro Rodrigues a redução do encargo financeiro do Fat Giro Cooperativo, linha de crédito que permite às cooperativas quitar dívidas com fornecedores. O juro dessa linha é de 7,5% ao ano mais TJLP. O grupo pediu redução para do juro de 3% a 5% ao ano mais TJLP.
O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) reafirmou a necessidade de colocar em prática o Fat Giro Rural. Em maio, o governo anunciou a liberação de mais R$ 2 bilhões para a linha, totalizando R$ 4 bilhões. Mas essa oferta de recursos depende de autorização do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). Em documento entregue ao ministro Rodrigues, o grupo também pediu que café e cacau sejam incluídos nas renegociações das dívidas.