BALANÇO SEMANAL 12 a 16/03/2012
13º Agrocafé, visita de Andrea Illy e palestra sobre o futuro da cafeicultura
Começamos esta semana com a participação na 13ª edição do Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), realizado em Salvador (BA). Aproveito a ocasião para enaltecer o trabalho que os baianos vêm desenvolvendo em prol da cafeicultura e para agradecer a receptividade de todos, em especial ao governador Jaques Wagner, ao secretário da Agricultura, Eduardo Salles, e ao batalhador presidente da Assocafé, João Lopes Araújo.
Integramos a mesa de abertura do evento junto às autoridades locais e fizemos o pronunciamento inicial. Também tivemos a oportunidade de ministrar uma palestra abordando propostas de ações integradas entre Governo e entidades privadas visando ao aumento das exportações, ao crescimento do consumo mundial e à agregação de valor para o café.
Na ocasião, lembramos que, apesar do crescimento exponencial do agronegócio, essa tem sido uma década muito difícil. Foram 10 anos produzindo café e o comercializando abaixo do custo de produção e apenas os últimos dois anos de bons preços não são suficientes para cobrir todos os custos. Nesse sentido, defendemos a criação de um conselho nacional que possibilite e garanta uma política de amparo econômico aos cafeicultores.
Ainda a respeito dos dois anos de bons preços, recordamos que não se pode ter uma expansão da lavoura sem planejamento. O que precisamos, é cuidar das lavouras que já temos, pensando sempre nas sustentabilidades econômica, social e ambiental.
Na terça-feira, recebemos a ilustre visita do recém-empossado presidente do Comitê de Promoção da Organização Internacional do Café (OIC), Andrea Illy, que veio acompanhada de sua irmã, Anna Illy, e dos senhores Alessandro Bucci e Dr. Aldir Alves Teixeira. Ao longo da visita, ele fez um breve relato de seus objetivos e da proposta do programa de promoção que apresentou na 108ª Sessão do Conselho Internacional da OIC.
Illy defendeu o incremento de cafés diferenciados em qualidade e valor — processo a que se refere como “de-comoditização” do produto —, bem como a continuação dos estudos sobre os efeitos positivos do café para a saúde e sua divulgação. Além disso, colocou, entre outros pontos, como os principais componentes de valor a diferenciação pela qualidade e a sustentabilidade nos processos de produção.
Recebemos com entusiasmo as propostas do chairman do Comitê de Promoção da OIC, pois acreditamos que tudo que possibilite a agregação de valor para os produtores, pela via da qualidade e da melhoria dos processos de produção, deve ser apoiado e difundido pelo Conselho Nacional do Café.
Encerramos a semana com eventos no município de Varginha (MG). Na abertura do dia, realizamos uma Assembléia Geral Extraordinária do CNC para tratar, entre outros, de temas como drawback e a atual situação da indústria de solúvel no Brasil. Fechando a AGO, contamos com um relato do diretor-presidente da Fundação PROCAFÉ, Dr. José Edgard Pinto Paiva, sobre os trabalhos desenvolvidos em Pesquisa Cafeeira na Fazenda Experimental.
Na sequência, os membros do Conselho Diretor do CNC realizaram uma visita à Fazenda Experimental da Fundação Procafé e, por fim, o Dr. Carlos Brando, da P&A Marketing International, a pedido do CNC e aberta a todos os interessados, ministrou a palestra “O FUTURO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA COM FOCO EM RENTABILIDADE E PRODUTIVIDADE”, que foi seguida de debate.
Agradecemos a todos os envolvidos nos eventos desta sexta-feira, em especial ao Brando, exímio conhecedor do mercado cafeeiro, que expôs com clareza os cenários possíveis para tocarmos nossa cafeicultura de maneira rentável e sustentável.
ANÁLISE DE MERCADO
– Fatores fundamentais e posição dos fundos sugerem recuperação para próxima semana.
O contrato de café com vencimento maio na bolsa de Nova York perdeu 1,8% na semana, ao passo que permaneceram estáveis no mercado físico, com o café arábica de boa qualidade tendo sido negociado na faixa de R$ 385,00 pelos produtores.
Já o câmbio, após alcançar a cotação de R$ 1,83 no meio da semana, termina esta sexta-feira cotado a cerca de R$ 1,80 pelo terceiro dia consecutivo, com o mercado aparentemente demonstrando que encontrou uma estabilidade neste nível.
Para a próxima semana, há diversos fatores que sugerem uma recuperação nos preços do café. Do lado dos fundamentos do mercado, os estoques nos países importadores seguem caindo, em parte, devido à grande queda nas exportações brasileiras nos dois últimos meses. Outro fator de suporte é o reduzido estoque nas mãos dos produtores, que, com pouco café remanescente da última safra, aguardam uma melhor oportunidade de venda, não pressionando o mercado.
Pelo lado dos fatores técnicos, os fundos e os especuladores reduziram as suas posições compradas, favorecendo, desta forma, uma possível recuperação. O mercado de Nova York parece ter encontrado um bom suporte nos níveis próximos a 182,00 centavos de dólar por libra peso, que é o menor nível nos últimos 17 meses, e resistência a 186,00 centavos.