Baixo preço pode reduzir safra de café em 2014, diz IBGE

13 de janeiro de 2014 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

09/01/2014
 

 

‘Muitas áreas de plantio estão sendo erradicadas por causa do preço’.
Já a produção de feijão pode ser 39,9% maior que a de 2013.

 

 

Lilian Quaino Do G1, no Rio

Soja e milho respondem por 44% da receita das fazendas em 2013 (Foto: Reprodução)Produção atingiu 188,2 milhões de toneladas

Ano par é ano de safra cheia para o café. Mas a previsão para o aumento da safra em 2014 é modesta, 1,1% em relação a 2013, de acordo com o terceiro prognóstico de produção divulgado nesta quinta-feira (9) pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O café alterna anos de safra pequena e safra cheia. Essa alternância é normal, mas em 2014, que seria safra cheia, a previsão é um pouco menor. Muitas áreas de plantio estão sendo erradicadas por causa do baixo preço”, explicou Mauro André Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

Os preços em patamares de 2005, R$ 260 a saca de 60 quilos do café arábica, segundo indicadores do mercado citados por ele, não estão animando os produtores. O café canephora chegou a ser cotado em R$ 215.

saiba maisSafra de cereais, leguminosas e oleaginosas é recorde em 2013

O preço do arábica, que no início de 2012 bateu os R$ 460, caiu por conta dos estoques altos, resultado principalmente da crise europeia, explicou o gerente. A safra de café de 2013, de 2,9 milhões de toneladas, foi 4,7% menor que a de 2012, o que já era esperado.

Situação semelhante é a do milho: o prognóstico para 2014 é que a safra seja 4,2% menor que a de 2013.

“Por causa da safra recorde de 2013, o preço da saca de 60 quilos está em R$ 18,60. Somente acima de R$ 22 o produtor se anima a plantar. O produto está estocado”, explicou Andreazzi.

Em 2013, o país produziu 13% a mais de milho que no ano anterior, segundo pesquisa do IBGE. A área plantada aumentou 7,4% na mesma comparação.

A laranja também é vítima da crise europeia e das barreiras sanitárias dos Estados Unidos:

“A laranja, com o preço a R$ 7 a caixa, não tem nem mão de obra para colher. Com a crise europeia do ano passado, e os problemas alfandegários dos Estados Unidos, as indústrias de suco não compraram e os frutos apodreceram no pé”, disse Andreazzi.

Melhorias para o algodão
 Já o algodão se beneficia da redução dos estoques e da melhoria de preço. Enquanto a safra de 2013 ficou 31,5% menor que a de 2012, a previsão do IBGE é que em 2014 a safra seja 13,6% maior, com área a ser colhida aumentada em 14,4%.

“Algodão demora dois anos para ser colhido. Se o estoque está alto, o produtor não planta. Algodão já é contratado antes do plantio, o produtor já planta sabendo que vai vender por aquele preço”, explicou o gerente.

Outro produto com previsão de produção incentivada pelo preço é o feijão. A produção em 2014 pode ser 39,9% maior que a de 2013, segundo prognóstico do IBGE.

“O feijão está com o preço excelente: R$ 110 a saca de 60 quilos. O preço alto está alto por causa de dois anos de seca do Nordeste, que estimulou a produção no Sul. A ainda tem a competitividade com a soja. O feijão tem mais investimento, mas o produtor não sabe a quanto vai vender. Já a soja paga menos, R$ 65,20 a saca de 60 quilos, e é cotada em mercado internacional”, explicou.

Safra recorde
 O IBGE confirmou nesta quinta, na 12ª avaliação da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, que a safra de 2013, de 188,2 milhões de toneladas, é recorde – 16,2% superior à safra obtida em 2012, de 161,9 milhões de toneladas.

A área colhida em 2013 foi de 52,8 milhões de hectares – um avanço de 8,1% em relação ao tamanho de 2012, de 48,8 milhões de hectares.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo. Somados, representaram 92,4% da estimativa da produção e responderam por 86,1% da área a ser colhida.

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Baixo preço pode reduzir safra de café em 2014, diz IBGE

09/01/2014

‘Muitas áreas de plantio estão sendo erradicadas por causa do preço’.
Já a produção de feijão pode ser 39,9% maior que a de 2013.

Lilian Quaino Do G1, no Rio

Soja e milho respondem por 44% da receita das fazendas em 2013 (Foto: Reprodução)Produção atingiu 188,2 milhões de toneladas
(Foto: Reprodução)

Ano par é ano de safra cheia para o café. Mas a previsão para o aumento da safra em 2014 é modesta, 1,1% em relação a 2013, de acordo com o terceiro prognóstico de produção divulgado nesta quinta-feira (9) pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O café alterna anos de safra pequena e safra cheia. Essa alternância é normal, mas em 2014, que seria safra cheia, a previsão é um pouco menor. Muitas áreas de plantio estão sendo erradicadas por causa do baixo preço”, explicou Mauro André Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE.

Os preços em patamares de 2005, R$ 260 a saca de 60 quilos do café arábica, segundo indicadores do mercado citados por ele, não estão animando os produtores. O café canephora chegou a ser cotado em R$ 215.
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    Safra de cereais, leguminosas e oleaginosas é recorde em 2013

O preço do arábica, que no início de 2012 bateu os R$ 460, caiu por conta dos estoques altos, resultado principalmente da crise europeia, explicou o gerente. A safra de café de 2013, de 2,9 milhões de toneladas, foi 4,7% menor que a de 2012, o que já era esperado.

Situação semelhante é a do milho: o prognóstico para 2014 é que a safra seja 4,2% menor que a de 2013.

“Por causa da safra recorde de 2013, o preço da saca de 60 quilos está em R$ 18,60. Somente acima de R$ 22 o produtor se anima a plantar. O produto está estocado”, explicou Andreazzi.

Em 2013, o país produziu 13% a mais de milho que no ano anterior, segundo pesquisa do IBGE. A área plantada aumentou 7,4% na mesma comparação.

A laranja também é vítima da crise europeia e das barreiras sanitárias dos Estados Unidos:

“A laranja, com o preço a R$ 7 a caixa, não tem nem mão de obra para colher. Com a crise europeia do ano passado, e os problemas alfandegários dos Estados Unidos, as indústrias de suco não compraram e os frutos apodreceram no pé”, disse Andreazzi.

Melhorias para o algodão
Já o algodão se beneficia da redução dos estoques e da melhoria de preço. Enquanto a safra de 2013 ficou 31,5% menor que a de 2012, a previsão do IBGE é que em 2014 a safra seja 13,6% maior, com área a ser colhida aumentada em 14,4%.

“Algodão demora dois anos para ser colhido. Se o estoque está alto, o produtor não planta. Algodão já é contratado antes do plantio, o produtor já planta sabendo que vai vender por aquele preço”, explicou o gerente.

Outro produto com previsão de produção incentivada pelo preço é o feijão. A produção em 2014 pode ser 39,9% maior que a de 2013, segundo prognóstico do IBGE.

“O feijão está com o preço excelente: R$ 110 a saca de 60 quilos. O preço alto está alto por causa de dois anos de seca do Nordeste, que estimulou a produção no Sul. A ainda tem a competitividade com a soja. O feijão tem mais investimento, mas o produtor não sabe a quanto vai vender. Já a soja paga menos, R$ 65,20 a saca de 60 quilos, e é cotada em mercado internacional”, explicou.

Safra recorde
O IBGE confirmou nesta quinta, na 12ª avaliação da produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas, que a safra de 2013, de 188,2 milhões de toneladas, é recorde – 16,2% superior à safra obtida em 2012, de 161,9 milhões de toneladas.

A área colhida em 2013 foi de 52,8 milhões de hectares – um avanço de 8,1% em relação ao tamanho de 2012, de 48,8 milhões de hectares.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo. Somados, representaram 92,4% da estimativa da produção e responderam por 86,1% da área a ser colhida.

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