Acompanhamento da Safra Brasileira Café – Safra 2009, segunda estimativa, maio/2009 Companhia Nacional de Abastecimento. – Brasília: Conab, 2009.
No período de 13 a 25/04/2009, os técnicos da Conab e das Instituições com as
quais mantêm parceria: Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e
Extensão Rural – INCAPER; Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A – EBDA;
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral – CATI – Instituto de Economia Agrícola – IEA;
Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná – SEAB –
Departamento de Economia Rural – DERAL; Associação de Assistência Técnica,
Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER-RO; e o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE; visitaram os Municípios dos principais Estados
produtores de café (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná,
Rondônia e Rio de Janeiro que correspondem a 98,2% da produção nacional),
realizando entrevistas e aplicando questionários junto aos informantes
previamente selecionados, objetivando a realização da primeira estimativa da
produção da safra de café de 2009.
Deste exposto, a Conab agradece aos seus parceiros e à todos aqueles que,
direta ou indiretamente, participaram desse trabalho.
2. PRODUÇÃO E ÁREA.
A segunda estimativa de produção
total de café (arábica e conilon), para a safra 2009, indica que o País deverá
colher 39,07 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. O resultado
dessa segunda pesquisa representa uma redução de 15,0% quando comparada
com a produção de 46,0 milhões de sacas obtidas na temporada anterior.
Essa redução se dará na produção de café arábica, com queda de 20,2%,
(redução de 7.161 milhões de sacas). Para a produção do Robusta (Conilon), a
previsão aponta, um crescimento de 2,0%, ou seja, acréscimo de 217,0 mil sacas.
Os principais fatores responsáveis pela redução na produção são os
seguintes:
1 – ciclo de baixa bienualidade na maioria das áreas de café arábica;
2 –
regime de chuvas bastante irregular e temperaturas elevadas;
3 – menor
investimento nos tratos culturais diante do alto custo de produção e,
4 –
intensificação de práticas culturais como podas (esqueletamento e
recepas).
A produção do café arábica representa 72,49%
(28,3 milhões de sacas de café
beneficiado) da produção do País, e tem como
maior produtor o Estado de Minas Gerais, com 66% (18,97 milhões de sacas de café
beneficiado).
O café conilon (robusta) participa da produção nacional com 27,51% (10,75
milhões de sacas de café beneficiado). O Estado do Espírito Santo se destaca
como o maior produtor dessa variedade, com 70,3% (7,55 milhões de sacas de café
beneficiado).
A área total cultivada com café (arábica e conilon) está estimada em
2.342.438
hectares, 0,86% inferior à safra passada, o que corresponde a uma
redução de 20.244 hectares. Desse total, 11,70% (245.296 mil hectares) estão em
formação e 88,3% (2.097.142 mil hectares) estão em produção.
3. AVALIAÇÃO POR ESTADO
3.1 –
MINAS GERAIS
De maneira geral, as condições climáticas foram
favoráveis para o bom desenvolvimento da cultura, com chuvas regulares e
bem distribuídas ao longo de todo o ciclo produtivo dos cafezais. O clima tem
sido considerado fator fundamental para o resultado desta safra, apesar de ser
ano de bienalidade desfavorável, apresenta carga produtiva acima da
expectativa da primeira previsão divulgada em janeiro/2009. Chuvas bem
distribuídas durante o período de enchimento dos grãos podem garantir um bom
rendimento na colheita.
Lavouras em sua maioria bem enfolhadas, apresentando bom aspecto
vegetativo.
Levantamentos apontam para incidência de cercóspora e
ferrugem em regiões isoladas do Estado, provocada provavelmente pelo excesso de
umidade nas lavouras e devido à deficiência dos tratos culturais
decorrentes de menor adubação, podendo comprometer a capacidade produtiva de
algumas lavouras afetadas.
As lavouras encontram-se
predominantemente na fase final de granação na região do cerrado mineiro,
de maturação e início de colheita nas demais áreas do Estado, notadamente
nas regiões mais baixas e quentes, onde ocorre aceleração do processo de
maturação dos frutos.
Houve diminuição significativa nos tratos culturais das lavouras
nesta safra. Os preços elevados dos insumos e a baixa cotação do produto no
mercado foram as principais causas apontadas. Segundo técnicos, houve redução
nas quantidades de aplicação e nas dosagens e mudança na formulação, como forma
de diminuir o custeio das lavouras, em função da crise financeira. Entretanto,
mesmo com a redução dos tratos culturais realizados nas lavouras, que ficaram
aquém das recomendações técnicas, as boas condições climáticas compensaram, em
parte, a diminuição da utilização dos insumos .
Técnicos alertam que esta situação contribui negativamente no
desenvolvimento das lavouras, com reflexos negativos, principalmente para
próxima safra.
Para a safra 2009, estima-se uma produção de 19.236.000 sacas
de café, sinalizando uma redução de 18,40% em relação à safra 2008. A área em
produção deverá ser de 994.823 ha, representando uma redução média de 5,10% em
relação à safra passada.
Esta redução da área se deve principalmente à bienalidade, adoção
de diversos tipos de poda, erradicação e ou abandono de lavouras.
Em pontos isolados do Estado, observa-se início intempestivo da
colheita, porém em pequeno volume e contrariando as recomendações técnicas, uma
vez que o produto ainda não está com maturação uniforme, podendo comprometer a
qualidade final do produto. De maneira geral, estima-se que apenas 2,0% da safra
foi colhida no mês de abril.
3.2 – ESPÍRITO SANTO
Na segunda
estimativa de safra para 2009/2010, no Espírito Santo a estimativa de
produção é de 10.055 milhões de sacas. Desse quantitativo, 2.502 milhões de
sacas (24,88%) foi para o café arábica e 7.553 (75,11%) milhões de sacas para o
café conilon. A produtividade média envolvendo os cafés arábica e conilon
foi de 20,68 sacas beneficiadas por hectares. Houve acréscimo de produção tanto
para o café arábica como para o café conilon da primeira para a segunda
estimativa.
Isso deve-se ao fato, de apesar da grande seca que
ocorreu de agosto/setembro (florada) até dezembro (formação dos frutos) em todo
o Estado, com maior intensidade nas regiões quentes que cultivam o conilon, as
lavouras vêm se recuperando bem, devido às condições climáticas de dezembro até
o presente momento serem muito favorável. O exposto, associado aos bons tratos
das lavouras, tem levando ao bom enchimento de grãos, bom rendimento de
beneficiamento, favorecendo no aumento da produção.
Fazendo paralelo entre a produção de 2008/2009 e a produção
prevista para a safra de 2009/2010, estima-se decréscimo geral de 1,72% no
Estado, sendo decréscimo de 12,7%
para o café arábica e acréscimo de 1,7%
para o café conilon. Em função dessa estimativa
está inserida em um
ano de bienualidada de carga menor, a redução geral da produção em
relação a
safra passada é considerada de baixa magnitude.
CAFÉ CONILON
Para a segunda estimativa de safra
2009/2010, a produção foi estimada em 7.553 milhões de sacas, superior em
2,58% a de 2008/2009 que foi de 7.363 milhões de sacas. A produtividade média
foi de 25,60 sacas beneficiadas por hectare (Quadro 2).
A boa produção
dessa safra deve-se aos tratos culturais envolvendo as adubações, poda, desbrota
e combate de ervas daninhas adequadas; lavouras novas, renovadas com
materiais genéticos com maior potencial de produção; uso mais acentuado de
outras tecnologias, inclusive a irrigação – cenários impulsionado, sobretudo,
pela melhoria dos preços.
Registra-se pequeno acréscimo na
produção quando se faz comparação da primeira com a segunda estimativa.
Esse acréscimo é atribuído principalmente ao efeito climático favoráveis nas
fases de enchimento de grãos e maturação dos frutos, ocasionando bom rendimento
no beneficiamento. A produção poderia ser ainda superior, mas as
lavouras passaram por período muito grande de estresse hídrico, principalmente
nas fases de florescimento e formação de frutos, que ocorreu de agosto a
dezembro de 2008.
Registra-se que as lavouras de café conilon apresentam capacidade
de responder ainda mais a produção. Para maiores respostas, há ainda,
necessidade de melhores preços, uma vez que, os produtores encontram-se
ainda em recuperação de suas capacidades de investimentos. Os produtores
mais capitalizados, certamente farão mais intensamente a renovação de suas
lavouras, com materiais genéticos de maior potencial produtivo, e também,
manejo, colheitas, adubações, controle de ervas daninhas, entre outras práticas
de formas mais adequadas. As aplicações das citadas, entre outras tecnologias,
poderão refletir em maiores produtividades e melhor qualidade da produção,
uma vez que, o café conilon apresenta elevado potencial de produção e adequada
resposta ao uso de tecnologias.
CAFÉ ARÁBICA
Para a segunda estimativa de safra
2009/2010, a produção foi estimada em 2.502 milhões de sacas, inferior em
12,7% a produção de 2008/2009 que foi de 2.867 milhões de sacas. A produtividade
média foi de 13,08 sacas beneficiadas por hectare.
Registra-se
pequeno acréscimo na produção quando se faz comparação da primeira com a segunda
estimativa. Esse acréscimo é em função das condições climáticas favoráveis
nas fases de enchimento de grãos e maturação dos frutos (janeiro a
abril de 2009).
A produção poderia ser melhor, mas houve deficiência hídrica
acentuada no período de agosto a dezembro de 2008, fases de florescimento e
formação dos frutos e grãos.
Registra-se que o parque cafeeiro de arábica apresenta potencial
para aumento significativo da produção, necessitando principalmente, de ser
renovado, uma vez que em média encontra-se envelhecido. O programa Renovar Café
Arábica que está sendo implantado no Estado, auxiliará o aumento da
produtividade e da produção do café arábica no Espírito Santo.
Como reflexo da descapitalização dos cafeicultores, em função dos
preços baixos praticados em anos anteriores, os produtores, têm realizado as
adubações, o controle de pragas e de doenças, entre outras práticas, ainda
insuficientes, levando à produtividade média estadual a continuar ainda baixa.
Verifica-se concentração da colheita de café no Espírito Santo nos meses
de maio, junho e julho. Mais de 88% colheita de o café arábica ocorrerá nos
meses de maio, junho, julho e agosto. Em torno de 90% da colheita do
conilon, nos meses de maio de junho.
3.3 – SÃO PAULO
Nesta segunda estimativa a área cultivada com café é de 192,4 mil
hectares, sendo que 5,4% (10.410 hectares) estão em formação e 94,6% (182.020
hectares) de área em produção.
A previsão de produção do Estado é de 3.415 mil sacas de café
beneficiadas, ficando em 22,74% menor que a safra de 2008.
O fato se deve, basicamente, à bienualidade negativa para a
maioria dos cafezais, aliada ao menor investimento por parte dos produtores,
causado pelo alto custo do insumo, somado ao baixo preço do produto nas cotações
de mercado, pelo fato de que no Estado de São Paulo o café plantado é
exclusivamente o arábica.
3.4 – BAHIA
O segundo levantamento para a safra de
café no Estado da Bahia, indica para a safra 2009, uma área em produção em
126.170 hectares, com uma produtividade média de 15,32 sacas por hectares, 0,9%
superior à área destinada à produção na safra anterior. A produção
estadual totaliza 1.933 mil sacas de café beneficiado, com as variedades
Arábicas e Conilon (Robusta).
Nesta safra, nos meses de janeiro a outubro de 2008 predominou
seca com elevadas temperaturas, provocando danos na formação dos frutos
nas áreas produtoras da variedade Conilon e prejudicando a floração e pegamento
nas áreas de Arábica.
O alto custo dos insumos tem induzido a uma prática de podas
drásticas nalavouras, o que já reflete nesta segunda previsão, indicando uma
redução média de 3,7%, em relação ao primeiro levantamento realizado em dezembro
de 2008.
O fato se deve, basicamente, à bienualidade negativa para a
maioria dos cafezais, aliada ao menor investimento por parte dos produtores,
causado pelo alto custo do insumo, somado ao baixo preço do produto nas cotações
de mercado, pelo fato de que no Estado de São Paulo o café plantado é
exclusivamente o arábica.
3.4 – BAHIA
O segundo levantamento para a safra de café no Estado da
Bahia, indica para a safra 2009, uma área em produção em 126.170 hectares, com
uma produtividade média de 15,32 sacas por hectares, 0,9% superior à área
destinada à produção na safra anterior. A produção estadual totaliza
1.933 mil sacas de café beneficiado, com as variedades Arábicas e Conilon
(Robusta).
Nesta safra, nos meses de janeiro a outubro de 2008 predominou
seca com elevadas temperaturas, provocando danos na formação dos frutos
nas áreas produtoras da variedade Conilon e prejudicando a floração e pegamento
nas áreas de Arábica.
O alto custo dos insumos tem induzido a uma prática de podas
drásticas nalavouras, o que já reflete nesta segunda previsão, indicando uma
redução média de 3,7%, em relação ao primeiro levantamento realizado em dezembro
de 2008.
O fato se deve, basicamente, à bienualidade negativa para a
maioria dos cafezais, aliada ao menor investimento por parte dos produtores,
causado pelo alto custo do insumo, somado ao baixo preço do produto nas cotações
de mercado, pelo fato de que no Estado de São Paulo o café plantado é
exclusivamente o arábica.
3.4 – BAHIA
O segundo levantamento para a safra de café no Estado da
Bahia, indica para a safra 2009, uma área em produção em 126.170 hectares, com
uma produtividade média de 15,32 sacas por hectares, 0,9% superior à área
destinada à produção na safra anterior. A produção estadual totaliza
1.933 mil sacas de café beneficiado, com as variedades Arábicas e Conilon
(Robusta).
Nesta safra, nos meses de janeiro a outubro de 2008 predominou
seca com elevadas temperaturas, provocando danos na formação dos frutos
nas áreas produtoras da variedade Conilon e prejudicando a floração e pegamento
nas áreas de Arábica.
O alto custo dos insumos tem induzido a uma prática de podas
drásticas nalavouras, o que já reflete nesta segunda previsão, indicando uma
redução média de 3,7%, em relação ao primeiro levantamento realizado em dezembro
de 2008.
O café arábica ocupa a maior área com a cultura, 103.461 hectares
e uma produção de 1.381 mil sacas. Essa variedade é cultivada em duas regiões do
Estado. Na região do Cerrado, as lavouras são 100% irrigadas, predominando a
utilização de elevado padrão tecnológico, com produtividade média atingindo 42,3
sacas de café beneficiado por hectare, numa área de 12.088 hectares, obtendo-se
uma produção de 516 mil sacas. A outra região, denominada de Planalto.
Nesta região predomina pequenos produtores, com padrão tecnológico muito baixo.
A produtividade para a atual safra está estimada em 9,47 sacas de café
beneficiado por hectare, em uma área de 91.373 hectares e uma produção estimada
em 865 mil sacas.
O Café Conilon ou Robusta, é plantado na região Atlântico em uma
área de 22.709 hectares, com produtividade média de 24,3 sacas por hectare, e
uma produção estimada em 552 mil sacas. Nesta região, 40% das lavouras são
conduzidas com alto padrão tecnológico, 30% com médio e 30% com baixo padrão.
3.5 – PARANÁ
O resultado deste levantamento chama atenção para a redução
significativa na área cultivada de café nas principais regiões produtoras do
Estado. A produção esperada sofreu redução na proporção da diminuição da área
produtiva, uma vez que a produtividade média se mantém em relação ao
levantamento anterior.
Na realização do 2º levantamento para 2009, em novembro de 2008,
havia a tendência dos produtores em intensificar as podas das lavouras que
teriam baixa produção, mas não de diminuição acentuada da área como ocorreu.
Percebe-se que a decisão pela erradicação se intensificou quando se agravou o
quadro de baixa renda da cadeia produtiva do café e da necessidade de renovar as
lavouras depois de uma safra com alta produtividade, como tivemos no ano
passado. Acreditamos que a prolongada estiagem verificada entre outubro a
dezembro
também contribuiu para decisão de parte dos produtores.
No entanto os principais motivos por esta redução da área têm sido
o contínuo descompasso entre o alto custo de produção e o preço recebido pelo
produtor, a baixa renda obtida no setor da produção e a pouca disponibilidade de
mão de obra que tem ocorrido fortemente nos últimos anos.
Aliado a isso existe a necessidade cada vez maior e imediata de
incrementar a utilização de maquinas nas operações de manejo das lavouras, e
isto tem levado a maioria dos produtores a reorganizarem suas atividades e por
conseqüência resulta em erradicação das lavouras mais velhas e improdutivas.
Parte desta área erradicada pode ser logo renovada com novos plantios,
dependendo da conjuntura econômica da cadeia produtiva.
3.6 – RONDÔNIA
O parque cafeeiro,
do Estado, é da ordem de 278,68 milhões de covas, incluindo cafezais em produção
(156.696 covas) e em formação (8.669 covas).
Na situação atual, os dados referentes à 2ª estimativa indicam que
haverá uma queda de 9,1% da safra a colher em 2009 em relação à safra colhida em
2008, principalmente devido a veranicos e a elevadas temperaturas registradas
por ocasião da floração do café, manejo inadequado da cultura e baixa
fertilidade dos solos.
BAIXE O ARQUIVO COM LEVANTAMENTO DA SAFRA DE CAFÉ DA CONAB 2º
Levantamento de café 2009 – Conab, maio/2009