BAHIA: Termos de cooperação estruturam a cadeia produtiva do café

15/03/2012

Um Termo de Cooperação Técnica assinado entre o governo da Bahia, através da Secretaria da Agricultura, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e a Associação dos Cafeicultores da Bahia (Assocafé), visando desenvolver a cafeicultura familiar, e um outro entre a Seagri/EBDA, Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb)/Sindicato de Itabela, e o Instituto de Pesquisas do Espírito Santo (Incaper), para implantação de uma estação experimental de café conillon, no município de Itabela, estruturam esta cadeia produtiva no Estado. Os documentos foram assinados, com a presença do governador Jaques Wagner, durante a abertura do 13º Agrocafé, encerrado na última terça-feira (13), em Salvador.


De acordo com o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, o convênio assinado com o MDA refere-se à reestruturação da cadeia do café, prevendo para três mil cafeicultores familiares, nos próximos quatro anos, recursos para tratos culturais, equipamentos de pós-colheita, assistência técnica específica e organização de cooperativas em cinco regiões produtoras.


“A Bahia possui cerca de 23 mil cafeicultores, sendo 90% pequenos produtores, com menos de dez hectares, e infelizmente, com produtividade 50% menor que a dos grandes produtores”, informou Eduardo Salles, afirmando que “precisamos mudar esta realidade e estes termos de cooperação, sem dúvida, avançam nesse sentido.


Salles explicou que os documentos assinados agora não são medidas isoladas, e explicou que nos últimos dois anos o governo baiano vem consolidando ações focadas na cafeicultura. “No ano passado, elaboramos um grande diagnóstico da cafeicultura, para sabermos onde e como atuar. Percebemos que cada região tem as suas dificuldades, e a partir daí, junto com a Câmara Setorial do Café, fizemos um planejamento estratégico para os próximos 20 anos”, disse Salles.


O secretário destacou que o café da Bahia é reconhecido nacional e internacionalmente, vencedor de grandes concursos de qualidade e pode ser comercializado por R$ 200 ou R$ 400 a saca, a depender do beneficiamento. “Com máquinas para despolpa e terreiros cobertos, vamos melhorar este valor”, analisou, informando que “estamos também trabalhando a estruturação das cooperativas, para viabilizar as vendas institucionais. Queremos vender café torrado para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Conab, e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).


O outro convênio assinado, de acordo com Salles, com a Faeb e com o Instituto de Pesquisas do Espírito Santo, tem o objetivo de instalar uma estação experimental de café conillon e um jardim clonal, no extremo sul baiano, no município de Itabela, com a participação da Ceplac e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em terreno cedido pela Veracel. Este convênio deverá atender a cerca de 2.500 agricultores da região.


O presidente da Associação dos Cafeicultores da Bahia e secretário-executivo da Câmara Setorial do Café, João Lopes, considerou os convênios assinados como fundamentais para o fortalecimento da cafeicultura. “O que estávamos precisando e negociando com o Ministério do Desenvolvimento Agrário era como fazer a tecnologia chegar ao pequeno produtor, que não tem como contratar agrônomo e técnicos”. Sua expectativa é que a Bahia ultrapasse São Paulo, assumindo o terceiro lugar no ranking nacional em produção.

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