Em Piatã, na Chapada Diamantina, os produtores estão ganhando fama nacional pela qualidade do café produzido na região. No ano passado, o grão de um dos fazendeiros da cidade foi considerado o mais saboroso do Brasil e outros três produtores locais ficaram entre os dez primeiros colocados em um concurso nacional de qualidade, organizado pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
Vencedor do concurso do melhor café do Brasil, Antônio Rigno de Oliveira planta café em uma área de 80 hectares na Fazenda São Judas Tadeu. Colheu mil sacas em 2009, com um faturamento de R$ 400 mil, e deve entregar 1,5 mil sacas neste ano, com receitas de até R$ 600 mil. \”A mercadoria vai para o Japão e Europa\”, diz.
Com a recuperação da lavoura, a meta de Oliveira é chegar a 3,5 mil sacas em 2011. Quanto começou o negócio, em 2000, Oliveira tinha apenas três funcionários. Hoje, são 15 empregados fixos e, durante a colheita, reúne até 200 colaboradores. Segundo especialistas, o café de Piatã é reconhecido pela qualidade por conta da localização das plantações – os cafezais estão a 1,4 mil metros de altitude -, pela grande frequência de dias ensolarados, poucas chuvas e baixas temperaturas no inverno.
Para João Lopes Araújo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), que reúne 600 produtores, a safra de café deste ano na Bahia deve render 2,5 milhões de sacas e R$ 650 milhões em receitas. O Estado ocupa o quarto lugar no ranking nacional de produção, atrás de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. \”Vamos gerar mais de 300 mil empregos em 2010.\”
Segundo Araújo, a Bahia tem 12 mil produtores de café em mais de 150 municípios – 85% são de pequeno porte. Até dois terços da produção é do tipo arábica, espécie produzida no Estado há quase 200 anos. \”O maior desafio para o café baiano é o mesmo do Brasil: trabalhar com preço baixo\”, analisa. \”A falta de lucro estagnou a produção durante anos.\”
A meta da Assocafé é levar ao pequeno produtor mais assistência técnica, melhor fluxo de capital com linhas de crédito para o custeio e estrutura comunitária nas áreas de concentração da produção. \”A maioria dos fazendeiros não tem acesso à internet ou a outras fontes de informação.\” Com informações do Valor Econômico.