A missão francesa reúne produtores de uva e grãos da província de Champagne, leste de Paris Um grupo de agricultores e prefeitos da França está no Triângulo Mineiro para conhecer os avanços do agronegócio brasileiro. A Fazu – Faculdades Associadas de Uberaba – foi uma das instituições escolhidas para receber a visita dos franceses, devido a sua referência no desenvolvimento do conhecimento e da pesquisa em diversas atividades da agricultura e da pecuária.
A missão francesa reúne produtores de uva e grãos da província de Champagne, leste de Paris. “Além de conhecer o potencial brasileiro e a diversidade das criações de animais e da agricultura, o grupo busca experiência, transferência de tecnologia e novos negócios”, informa a líder cooperativista que acompanha a missão, Sheila Paiva de Andrade.
O agricultor Bernard Henri Alfred Anbry comenta que, através das revistas, conhecia as enormes fazendas de gado e de soja do Brasil. Ele está surpreso com a diversidade do agronegócio da região: “Estamos impressionados com o desenvolvimento na área de cooperativismo e a evolução técnica da agricultura brasileira. É impressionante ver em que ponto os brasileiros chegaram num espaço de tempo tão curto”.
Uma das novidades, para Anbry, é saber que no Brasil a agricultura se desenvolve sem a ajuda do estado. O agricultor conta que visitou a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) e acredita que ela é exemplo de uma iniciativa privada que dá certo.
Segundo ele, na França não é possível adequar cultivos como café, soja e cana devido à falta de água. “Nós dependemos da água da chuva para ter uma colheita por ano. Estou surpreso em saber que os níveis pluviométricos do Brasil variam de 1500 a 2000 milímetros de água por ano. A região sul de Paris, onde mais chove na França, chega a apenas 650 milímetros por ano”, ressalta.
Para o agricultor e prefeito da cidade francesa de Esternay, Michon Albert, que busca novos negócios na sua visita ao Brasil, o comércio internacional é uma troca positiva: “É importante comparar as agricultoras, as técnicas e os avanços para alimentarmos o mundo e avançarmos juntos”, diz. Mapa estuda a criação de Câmaras temáticas de sanidade e cooperativismo O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estuda a criação de duas novas câmaras temáticas: a de cooperativismo e a de sanidade. “Recebemos recentemente pedidos para instalá-las e estamos analisando-os. São duas áreas extremamente importantes no contexto do agronegócio brasileiro”, diz o coordenador-geral ao Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas, Duarte Vilela. Hoje, o Mapa conta com 30 desses órgãos consultivos, quatro dos quais foram instituídos no ano passado: Mel e Produtos Apícolas, Milho e Sorgo, Agricultura Competitiva e Sustentável e Feijão.
“A defesa sanitária é uma das prioridades do ministério. Seria interessante ter uma câmara temática voltada ao assunto”, comenta Vilela. Na sua avaliação, a criação de um órgão consultivo formado por representantes dos setores públicos e privado para debater, identificar e propor políticas públicas nas áreas de sanidade animal e vegetal pode dar uma contribuição relevante ao agronegócio brasileiro. “A criação de um fórum para tratar desse tema ajudará a avançarmos ainda mais em questões como segurança alimentar, produção integrada, rastreabilidade e certificação de origem.”
Vilela também apóia à criação da câmara temática de cooperativismo agropecuária. Atualmente, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) tem 1.514 cooperativas agropecuárias registradas e 879.918 dos seus associados são desse ramo. O setor é responsável por 123.368 empregos diretos e suas exportações superam US$ 2 bilhões ao ano. “Esse é outra área importante do nosso agronegócio, que justifica a instalação de uma câmara”, destaca. “Além disso, temos no Mapa a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo.”
Outra proposta em estudo, adianta Vilela, prevê a adoção de um mecanismo para incentivar os diferentes setores do Mapa a consultar esses órgãos consultivos quando forem elaborar portarias ou instruções normativas. “Queremos contribuir para aperfeiçoar ainda mais a sinergia entre o Mapa e as diversas cadeias do agronegócio.” Para tanto, acrescenta, também consta da programação de atividades de 2007 a promoção de um workshop para trocar experiências com países que tenham órgãos semelhantes, como Peru, Colômbia, México e Canadá.
Vilela enfatiza que Coordenação Geral de Apoio às Câmaras Setoriais e Temáticas deverá intensificar neste ano os estudos para apoiar cada vez mais o trabalho desses órgãos consultivos. “Nossa meta é estimular a discussão de questões estruturantes do agronegócio, a relação entre as próprias câmaras e dessas com suas congêneres nos governos estaduais e nas entidades representativas do setor.”
No ano passado, a coordenação criou o banco de dados com informações sobre os 30 órgãos consultivos, disponível no site do ministério (www.agricultura.gov.br), informatizou a gestão das demandas e atualizou as portarias de instalação de instituição das câmaras. Paralelamente, acompanhou 97 reuniões e promoveu o II Encontro Nacional de Secretários-Executivos de Câmaras, o II Encontro do Ministro com as Câmaras e a II Reunião Conjunto do CNPA (Conselho Nacional de Política Agrícola) e Consagro (Conselho do Agronegócio). Guedes defende programa continental para erradicar a febre aftosa A erradicação da febre aftosa ultrapassou as fronteiras do Brasil e passou a ser um problema de toda a América do Sul, destacou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, ao fazer palestra na terça-feira, dia 16 no III Curso de Aperfeiçoamento de Diplomatas, no Instituto Rio Branco, em Brasília. Por isso, ele defende o lançamento de um programa continental para enfrentar a doença. “Já apresentei a proposta à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), à FAO (Organização das Nações Unidades para Agricultura e Alimentação) e ao IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura).”
Dono do maior rebanho comercial do mundo, com cerca de 205 milhões de cabeças e primeiro maior exportador global de carne de gado, com embarques (in natura e industrializada) de US$ 3,92 bilhões no ano passado, o Brasil tem uma fronteira seca de mais de 14 mil quilômetros. Isso, avalia Guedes, deixa o País naturalmente vulnerável. “Precisamos, ao mesmo tempo, intensificar as ações no nosso território e participar de um programa conjunto com os demais países vizinhos para eliminar a doença.”
O ministro enfatizou também que a erradicação da doença não depende apenas do governo federal. “O Ministério da Agricultura é o responsável pela coordenação do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, mas cabe aos estados executá-los. Além disso, nossos pecuaristas precisam se conscientizar sobre a necessidade de cumprir o calendário de vacinação, que prevê duas imunizações durante o ano.” Ao defender uma ação conjunta para erradicar a aftosa, Guedes disse ser desaconselhável um estado impor a outros restrições ao trânsito de animais e seus produtos. “Essa questão precisa ser tratada de forma integrada. O bloqueio interno não é bom para o País.”
Em 2006, o Brasil registrou casos da doença no MS e no PR. Os dois focos já foram eliminados, e o território paranaense voltou a ser reconhecido pelo Ministério da Agricultura como livre de aftosa com vacinação. “O Mato Grosso do Sul também deve voltar a ter essa classificação.” Secretaria de Agricultura propõe duplicação O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, propôs, durante a fase de elaboração do Plano de Governo para o atual mandato do governador Aécio Neves, que todos os grandes eixos rodoviários federais que cortam o Estado sejam duplicados. “A duplicação complementaria as obras do Proacesso, o programa que está levando o asfalto a todos os municípios mineiros. E contribuiria para aumentar a competitividade do setor agropecuário mineiro”, diz Viana.