Avanço da colheita do café impacta preços

Por: Diario do Comercio - MG

08/06/2012 
  

Negócios para entrega imediata já começaram e previsão é que demanda se amplie nos próximos meses.
 
O incremento no ritmo da colheita do café tem impactado os preços pagos aos produtores. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), entre 29 de maio e 5 de junho foi registrada queda de 4,7% nos preços praticados. Apesar da retração, os negócios para entrega imediata já foram iniciados. A expectativa é de que a demanda seja ampliada nos próximos meses, uma vez que os estoques mundiais ainda estão baixos e o consumo, aumentando.


Segundo os pesquisadores do Cepea, com a colheita dos grãos de arábica da safra 2012/13 avançando nas principais regiões cafeeiras do Brasil, agentes começam a fechar os primeiros negócios com entrega imediata.


De modo geral, ainda são poucos os lotes negociados e o percentual de catação, por enquanto, está sendo elevado. Quanto aos grãos da temporada 2011/12, o Indicador Cepea/Esalq tipo 6 bebida dura para melhor fechou a R$ 358,4 a saca de 60 quilos, o que representou uma baixa de 4,7% entre 29 de maio e 5 de junho.


Dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) mostram que no cenário físico brasileiro o ritmo de negociação da safra está lento. A oferta reduzida neste final de safra na maioria das regiões e a pouca demanda impedem qualquer alteração.


Nas principais regiões produtoras do Estado o arábica tipo 6, bebida dura para melhor, no período entre 24 e 30 de maio oscilou entre R$ 356 e R$ 398 a saca de 60 quilos. Os valores ficaram cerca de 1,12% inferiores aos praticados na semana anterior. A demanda pequena é um dos principais fatores que tem promovido a retração.


De acordo com o colaborador da Archer Consulting, Rodrigo Corrêa da Costa, no mercado físico a demanda para cafés suaves ainda é muito retraída e a procura pelos cafés naturais é feita com cautela. Uma das justificativas para a lentidão dos negócios é a expectativa da entrada da safra brasileira no mercado, que neste ano será maior. Os números sobre a produção nos países cafeeiros, divulgados pelo United States Department of Agriculture (Usda), apontam para uma safra 2012/13 do Vietnã de 22,45 milhões de sacas. No Brasil, a produção esperada é de 54,9 milhões de sacas, sendo 14,5 milhões de conillon.



Exportações – Segundo Costa, dados de que as exportações nos países membros da Organização Internacional do Café (OIC) ficaram menor 12,77% em abril comparado com o mesmo mês de 2011 podem significar estoques ainda mais baixos nos destinos. “Em algum momento isso será positivo, mas para tanto a indústria tem que usar mais do produto que está nas mãos dos intermediários, que não se incomodam em carregar estoques em função da estrutura do mercado”, disse.


Além da aposta nos estoques menores, o que será essencial para alavancar os preços do grão, as interferências climáticas observadas nas principais regiões produtoras de Minas Gerais estão prejudicando o rendimento da safra atual. A estimativa é de que a oferta seja menor que a anunciada anteriormente, podendo contribuir também para a valorização do grão.


Mas, ainda assim, a safra mineira de café deverá alcançar 28,3 milhões de sacas de 60 quilos, segundo projeção da consultoria Safras & Mercado para o período produtivo 2012/13. Caso alcançado este volume, haverá incremento de 19% sobre a safra anterior. O aumento significativo se deve ao período de bianualidade positiva e a retomada dos investimentos nos cafezais. Minas Gerais responde por 51,5% da produção nacional do grão.


Em relação à safra 2010/11, ano de produtividade equivalente à atual, a produção mineira ficará 2% inferior. O clima desfavorável é um dos principais fatores que vêm comprometendo a produção.


Entre janeiro e fevereiro houve estiagem e, com isso, foram registradas interferências negativas na granação do café. A conseqüência esperada pelos cafeicultores é a redução da rentabilidade e da qualidade dos grãos. Além disso, as chuvas observadas em maio atrasaram o ritmo de colheita, contribuindo também para a redução da qualidade.
 

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