Aumenta a preocupação com o frio no Centro-Sul

Por: Valor Economico

O frio chegou com força ao Paraná na madrugada de ontem e ampliou a preocupação em relação a possíveis danos que a queda das temperaturas poderá causar à produção agrícola do Estado. Os relatos de prejuízos ainda foram esparsos, mas a situação tende a piorar.


“Na maior parte do Estado, predominaram as baixas temperaturas e a elevada umidade, com céu nublado, o que diminuiu o risco de geadas. Na madrugada desta quarta-feira, porém, o frio virá mais forte e o céu estará aberto”, disse Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.


Os mapas da empresa indicavam ontem risco de geadas em todo o Paraná na madrugada de hoje, com temperaturas entre -1ºC e 1ºC, um risco para as lavouras de café e trigo do Estado. Também havia a possibilidade de geadas no sul de Mato Grosso do Sul, em áreas de cana e milho tardio. Em São Paulo, a preocupação era com as plantações de laranja, cana-de-açúcar e café no sul do Estado.


Na madrugada de ontem, as mínimas no oeste do Paraná foram de -1ºC em Cascavel e de 0,2ºC em Toledo. Nas regiões mais altas ao sul do Estado, em municípios como Guarapuava e Palmas, houve formação de neve e geada, segundo Ângela Beatriz Costa, meteorologista do Instituto Tecnológico Simepar, ligado ao Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).


Conforme ela, os produtores foram aconselhados a amontoar terra nos troncos dos cafeeiros com idade entre seis meses e dois anos, que são mais sensíveis, para protegê-los do frio. Também foi recomendado que as mudas fossem enterradas.


Segundo Francisco Leonardi, engenheiro agrônomo da cooperativa Cocamar, com sede em Maringá (PR), não havia ontem relatos de perdas entre os associados da região de Rolândia, no norte paranaense, importante polo de café no Estado. “A mínima foi de 3,5ºC na madrugada, mas o tempo ficou nublado e chuviscou, o que dificulta a formação de geadas”.


Ele afirmou que nem todos os produtores ligados à Cocamar conseguiram fazer a proteção dos cafezais, em parte pela falta de mão de obra.


Também há grande preocupação no Paraná com o trigo, que está mais exposto que o café porque não há meios de proteger as lavouras, já em fase de emissão de espiga.

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