BRASÍLIA, 30 de abril (Reuters) – O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira o aumento do preço mínimo do café arábica para 261,69 reais por saca de 60 kg, ante 211,75 reais anteriormente, uma medida que visa preparar terreno para a realização dos leilões de opção de compra pelo governo.
A instituição também elevou o preço mínimo do café robusta de 124,40 reais por saca para 156,57 reais.
O preço mínimo de produtos agrícolas definido pelo governo é utilizado como valor de referência para as operações de compras governamentais, por exemplo.
O governo já anunciou que fará leilões de opção de compra este ano. Mas ainda não há uma data prevista para a realização das operações, que devem ser agendadas pelo Ministério da Agricultura à medida que a colheita ganhe força, em junho.
No caso de o governo realizar compras diretas para formar estoques públicos, esse aumento do preço mínimo poderia dar sustentação às cotações no mercado físico, especialmente quando a colheita começar.
Na semana passada, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou que o governo retomaria as compras de café, por meio de leilões de contratos de opção, uma medida para auxiliar produtores que afirmam que seus custos na produção estão maiores que as receitas com a venda do café. [ID:nN23354118]
Na oportunidade, Stephanes afirmou que o preço do exercício dos leilões seria em torno de 300 reais, valor acima, portanto, do preço mínimo.
Entretanto, o CMN também aprovou nesta quinta-feira uma norma que permite ao Ministério da Agricultura realizar o leilão de contrato de opções com um preço de exercício 10 por cento acima do preço mínimo, o que resultaria em 288,38 reais por saca, mais próximo do valor indicado pelo ministro.
“O Ministério da Agricultura é que vai decidir. Quando começar a safra, vai fazer uma avaliação da conjuntura de preços. A Fazenda e a Agricultura avaliarão a necessidade de aumento do preço (de 10 por cento do valor mínimo para o leilão de opção)”, declarou Aloizio Melo, coordenador geral da área de política agrícola do Ministério da Fazenda.
O preço no mercado físico atualmente, para o café de melhor qualidade (finos e extra finos), gira em torno de 270 reais.
O ministro afirmou que o governo compraria durante a safra 2009/10 um volume de até 3 milhões de sacas, com o objetivo de dar suporte aos preços.
(Por Ana Paula Paiva; texto de Roberto Samora)
(Edição de Marcelo Teixeira)