Exportadores afirmam que o prazo para carregar nos terminais está menor e falam em “pátios abarrotados” de produto
Por Globo Rural
O fluxo de commodities brasileiras, como o café, a partir do Porto de Santos sofreu consequências em janeiro deste ano, com atrasos de navios que chegaram a 85%. Esse é o maior índice registrado pelo Boletim Detention Zero, da startup ElloX Digital em parceria com o Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
De acordo com o Cecafé, o gargalo logístico em janeiro foi ainda maior que o dos últimos três meses de 2023, quando os atrasos chegaram a 76% em outubro e dezembro e 81% em novembro.
“Tais problemas estão resultando em adiamentos regulares de embarques e pátios abarrotados de contêineres nos terminais portuários, que estão com dificuldades para receber cargas devido a limitações físicas de espaço do terminal”, explicou, em nota, o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.
De acordo com o levantamento, há problemas relativos à abertura de portão no terminal. No mês passado, apenas 13% dos procedimentos de embarque tiveram prazo superior a quatro dias de gate aberto por navios. Outros 54% possuíram entre três e quatro dias e 19% tiveram menos de dois dias de prazo (deadline de exportação) para embarcar a mercadoria nos navios.
A situação seria um reflexo da mudança de tempo em que os portões ficam abertos nos terminais, como apontou o presidente da Ellox Digital, Lucas Moreno. “Isso desvirtua a realidade uma vez que notamos, nos terminais e transportadores, que eles não possuíam janelas para entrega nesses períodos e, assim, postergaram o deadline”, disse.
O Porto de Santos é o principal ponto de embarque do café brasileiro para o mercado externo. Pelo terminal paulista, 28,15 milhões de sacas de 60 quilos foram colocacadas nos navios, o equivalente a 71,7% do total. Em seguida, aparecem os portos do Rio de Janeiro, de onde saíram 9,5 milhões de sacas, ou 24,3% do total exportado.
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