Em uma capacitação organizada pelo CATIE, pelo IICA e pela União Europeia, desenvolver-se-á um roteiro para estabelecer modelos de propagação de variedades com maior potencial de resistência à mudança do clima.
Em uma capacitação organizada pelo CATIE, pelo IICA e pela União Europeia, desenvolver-se-á um roteiro para estabelecer modelos de propagação de variedades com maior potencial de resistência à mudança do clima.
Mais de 25 pessoas, atores do setor cafeeiro da América Central, estão se capacitando em técnicas de propagação de cafés por clones, com ênfase no enraizamento de estacas, a fim de replicar o modelo em seus próprios países para as variedades que sejam de seu interesse. Fotografia: Cortesia do CATIE.
Turrialba, Costa Rica, 28 de fevereiro de 2020 (IICA). Técnicos e profissionais de agricultura da América Central participam de uma semana de capacitação sobre técnicas de propagação vegetativa do café no CATIE (Centro Agronômico Tropical de Pesquisa e Ensino), com o objetivo de fortalecer a renovação de cafezais na região com variedades mais resistentes a pragas e eventos climáticos extremos.
A capacitação é organizada de forma conjunta entre o CATIE, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), a União Europeia e países da área do PROMECAFÉ, como parte do Programa Centro-Americano de Gestão Integral da Ferrugem do Café (PROCAGICA).
Elías de Melo, pesquisador do Programa de Agricultura, Pecuária e Agrossilvicultura (PRAGA) do CATIE, detalhou que o objetivo é ensinar as técnicas de propagação por clones de café desenvolvidas pelo Banco de Sementes Florestais do CATIE, com ênfase no enraizamento de estacas, de maneira que possam replicar o modelo em seus próprios países para as variedades que sejam de seu interesse e que tenham potencial.
“A técnica do enraizamento de estacas permite ampliar a produção de materiais híbridos e outros materiais promissores com melhor qualidade e custo, ao mesmo tempo em que possibilita uma produção mais intensiva de cafeeiros para a renovação de cafezais”, explicou de Melo.
As mais de 25 pessoas participantes conhecerão o programa de melhoria genética de café do CATIE e sua Coleção Internacional de Café, que deu origem aos híbridos F1 e outras variedades comerciais.
Também, poderão se beneficiar da experiência do Centro em sistemas agroflorestais com café com híbridos F1 e outros materiais, bem como o processo de clonagem inicial dos híbridos mediante embriogênese somática. Em seguida, serão familiarizados com técnicas de propagação de cafés por clones, em particular o enraizamento de estacas e, por último, visitarão plantações comerciais que utilizam híbridos F1, principalmente desenvolvidos pelo Programa CATIE-CIRAD-PROMECAFÉ e institutos do café.
No último dia da capacitação, espera-se que os participantes projetem um roteiro para o estabelecimento de modelos semelhantes de propagação em cada país para as variedades de interesse e com potencial.
Harold Gamboa, coordenador geral de PROCAGICA, expressou que, após o evento, os participantes terão a tarefa de replicar, em seus países, as novas técnicas de propagação aprendidas, em benefício do setor produtor de café, o qual enfrenta importantes desafios atualmente.
“Ao terminar a capacitação, estarão mais esclarecidos sobre qual poderia ser a proposta para melhorar a capacidade instalada em seus países e terão a responsabilidade de aproveitar os recursos disponibilizados pelo PROCAGICA para implementar viveiros para a reprodução vegetativa do café ou fortalecer os viveiros já existentes”, observou de Melo.
Eduardo Somarriba, líder do PRAGA do CATIE, instou os participantes a estarem abertos durante a capacitação sobre propagação vegetativa para ver as implicações que essas tecnologias têm ao serem levadas a campo, implementadas e divulgadas entre os produtores.