Ataque de largaras em café, um problema crescente Enviado por Emerson Danilo Bineli

Nos últimos anos, o ataque de lagartas em folhas de cafeeiros tem se agravado

Ataque mais severo de lagartas facilita entrada de Phoma em folhas de cafeeiros

POR JOSÉ BRAZ MATIELLO

Nos últimos anos, o ataque de lagartas em folhas de cafeeiros tem se agravado e, com isso, fica facilitada a entrada de patógenos, como o fungo da Phoma, nos ferimentos causados por essas lagartas.

Diversas lagartas atacam e se alimentam de folhas de cafeeiros, provocando furos e dilacerações no limbo foliar. Dentre os diferentes tipos de lagartas tem se destacado o ataque da Mede Palmo ou medideira, nome dado pelo hábito de andar alongando-se e logo apoiando-se, como se estivesse medindo algo. Essas lagartas pertencem ao gênero Oxidia, sendo de diferentes espécies, normalmente tendo cor escura e hábito mais noturno. Assim, são raramente vistas sobre a folhagem, observando-se somente seus estragos nas folhas.

Sabe-se que muitos patógenos, como a bactéria do gênero Pseudomonas e os fungos Colletotrichum e Phoma/Ascochyta, se aproveitam de ferimentos nas folhas do cafeeiro como porta de entrada nos tecidos lesionados, seja por efeito mecânico, como por chuva de granizo ou por colhedeira, seja por insetos, como é o caso das lagartas.

Temos observado, nesses últimos meses, conforme fotos ilustrativas, estreita relação entre furos e dilacerações por ataque de lagartas e desenvolvimento de lesões por Phoma/Ascochyta em cafeeiros nas regiões de montanha do Espírito Santo.

Os ataques de lagartas do gênero Oxidia estão mais severos e espalhados neste ano, talvez por algum desequilíbrio de inimigos naturais da praga. Assim, é preciso prestar mais atenção a este ataque, pelo seu efeito direto, reduzindo a área foliar, e pela ação indireta, provocando ferimentos e facilitando o ataque de patógenos.

Indica-se, em casos de regiões mais frias e úmidas, sujeitas ao ataque de patógenos prejudiciais ao cafeeiro, associar inseticidas/lagarticidas aos fungicidas específicos usados no controle desses patógenos, aproveitando-se e otimizando custos através do uso de produtos inseticidas também controladores de outras pragas do cafeeiro.

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