Agricultores familiares do assentamento Quebra Anzol, localizado no município de Serra do Salitre (MG), comercializarão sua produção de cerca de 1,5 mil sacas de café deste ano 20% mais valorizada em relação ao ano passado. O valor agregado é resultado da certificação que regula os procedimentos de produção, de uso de insumos e de controle dos gastos para dar ao consumidor garantia da origem do produto, bem como dos processos ambientalmente corretos no cultivo.
O processo de certificação vem sendo implementado, desde 2006, por extensionistas rurais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), por meio de convênio estabelecido com a Superintendência do Incra/MG. No assentamento Quebra Anzol, quatro produtores já terão a safra a ser colhida em junho deste ano devidamente certificada. Outros assentamentos estão iniciando o processo de certificação, como o São Pedro, no município de Patrocínio (MG).
Para o assentado José Ferreira do Nascimento, a qualificação é importante para atingir mercados mais rigorosos e aumentar o lucro. “Os grandes produtores conseguem negociar valores maiores e nós, pequenos, ficamos sujeitos aos intermediários na venda, o que diminui nosso ganho. Agora, com a certificação, nosso café terá maior aceitação e venderemos diretamente aos consumidores, dentro do conceito de comércio justo”, comemora.
Para o extensionista da Emater, Tiago Begnossi, o procedimento traz benefícios não só ao produtor, mas também ao consumidor. “O café destes assentados passa a ser rastreado, então o consumidor pode saber a origem de todos os insumos utilizados e tem garantia de controle da produção, tanto para a segurança alimentar, quanto no cultivo ambientalmente correto”, explica.
Durante o processo de certificação, as propriedades precisam obedecer alguns requisitos básicos, como respeitar leis ambientais e trabalhistas, utilizar corretamente e de forma controlada os agrotóxicos e identificar o café produzido com placas, numerando os lotes da propriedade, entre outras adequações.