O uso consciente dos recursos hídricos, em virtude de sua importância, é um tema constante
nas discussões ambientais no mundo inteiro.
No cenário atual, a cafeicultura moderna passa por
transformações, principalmente no que tange aos princípios de sustentabilidade. Nesse sentido,
diversas pesquisas vêm sendo realizadas sobre a reutilização da água destinada à lavagem do
café.
A etapa da lavagem tem por objetivo a remoção de impurezas, bem como a separação – por
diferença de peso – dos frutos verdes, verde-cana e maduros – mais pesados devido ao maior teor
de umidade – da fração de boias, constituída de frutos mais leves, ou seja, os mal granados,
brocados, passas e secos.
A água residuária da lavagem não pode ser lançada em cursos d’água sem prévio
tratamento, pois é rica em material orgânico e inorgânico. O principal efeito ecológico da poluição
orgânica em um curso d’água é a diminuição da concentração de oxigênio dissolvido, que pode
provocar a morte de peixes e outros animais aquáticos. A legislação ambiental do estado de Minas
Gerais (Deliberação Normativa COPAM no 10/86) estabelece que, para o lançamento de águas
residuárias em corpos hídricos, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO) – uma medida da
quantidade de material orgânico presente na água residuária – seja de 60 mg/L, sendo que este
limite pode ser ultrapassado apenas se o sistema de tratamento de águas residuárias reduzir a DBO
em, no mínimo, 85%.
Como alternativas ao descarte deste efluente, aplicações de reutilização da água de
lavagem vêm sendo desenvolvidas. A recirculação da água para nova lavagem demonstra-se
vantajosa tanto em termos econômicos, quanto ambientais. Segundo o pesquisador Sammy
Fernandes Soares, da Embrapa Café, o gasto médio estimado na lavagem dos grãos é de 3 a 5
litros de água por litro de fruto de café, e o reuso da água pode reduzir o consumo em até dez vezes.
A fertirrigação – uma técnica de adubação que utiliza a água de irrigação para levar
nutrientes ao solo cultivado – é outra maneira de reutilizar o efluente da lavagem, uma vez que a
água residuária é rica em nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e micronutrientes. De
acordo com um levantamento da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA), uma
tonelada de fertilizante custa aproximadamente 3,6 sacas de 60 quilos de café. A fertirrigação
apresenta-se como uma substituição parcial do uso de adubos convencionais, que geralmente são
importados. No entanto, como qualquer adubo, é importante buscar orientação técnica antes de
iniciar sua aplicação, principalmente devido às elevadas concentrações de potássio existentes na
água após a lavagem.
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Gustavo Gomide
Gerente de Pesquisa e Inovação
ProcEQ Jr. Consultoria e Soluções em Engenharia Química