Artigo: Resistência Sistêmica Adquirida (SAR)

Por: 22/12/2006 15:12:40 - ClicKNews

* Cléberson de Freitas Fernandes


Fungos, bactérias e vírus ativam um tipo de resistência em plantas que é conhecida como resistência sistêmica adquirida (SAR). O tipo de resposta induzida depende do patógeno envolvido. A resposta observada ao ataque destes patógenos difere da resposta observada para insetos. No caso de nematóides, essa resposta parece ser um misto das respostas anteriores. Para que ocorra a SAR, a infecção inicial precisa resultar na formação de lesões necróticas, decorrentes da HR (acúmulo de peróxido de hidrogênio) ou como sintoma da doença.


A SAR pode ser também induzida por agentes químicos (fatores abióticos). A ativação da SAR leva a uma marcante redução nos sintomas da doença após subseqüentes infecções, inclusive com diferentes espécies de patógenos, apresentando-se, assim, como uma importante ferramenta, de origem natural, no controle de doenças.


A SAR caracteriza-se pela indução da resistência em locais da planta distantes do local da infecção pelo patógeno, ou do local de aplicação dos agentes eliciadores abióticos. O mecanismo da SAR deve envolver uma cascata de eventos e sinais, os quais não são ainda totalmente conhecidos e entendidos. A resistência sistêmica teria início no momento da interação planta – patógeno ou do tratamento com fatores abióticos, levando a alterações no seu metabolismo celular que culminariam com a emissão de sinais moleculares dirigidos para outras partes da planta. Em resposta à distribuição dos sinais dentro da planta, esta seria induzida a sintetizar alguns agentes de defesa, incluindo as PR-Proteínas, além da formação de barreiras estruturais, como a lignina. A participação de alguns compostos, como o óxido nítrico, etileno, ácido jasmônico (JA) e ácido salicílico (SA), tem sido sugerida como sinalizadores da SAR. A participação do SA na SAR deve-se à sua presença, em altos níveis, em plantas que apresentam esta resposta.


Desta forma, a SAR apresenta-se como uma das principais ferramentas utilizadas pela planta na tentativa de impedir e/ou retardar a penetração de patógenos no tecido vegetal, contribuindo, assim, para o não estabelecimento da doença.


Desta forma, com o objetivo de elucidar os mecanismos bioquímicos e moleculares envolvidos na interação planta-patógeno, a Embrapa Rondônia está iniciando pesquisas utilizando diferentes culturas, como por exemplo banana e café, usando como modelos experimentais genótipos resistentes e suscetíveis à diferentes patógenos. Estes estudos visam identificar as bases da resistência e/ou suscetibilidade a estes patógenos, visando subsidiar futuros programas de melhoramento destas culturas.


* Cléberson de Freitas Fernandes – Pesquisador Embrapa Rondônia
sac@cpafro.embrapa.br

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