As conversas entre o empresário norte-americano Howard Schultz e Armínio Fraga já passaram da fase do cafezinho. Falta apenas acender um bom e velho Cohiba. Por meio da Gávea Investimentos, o ex-presidente do BC está perto de sacramentar sua entrada na subsidiária brasileira da Starbucks, rede mundial de cafeterias controlada por Schultz.
A operação se daria por meio de uma associação com o casal Peter e Maria Luisa Rodenbeck, responsáveis pela vinda da empresa para o país e também acionistas da rede de restaurantes Outback. As cifras envolvem cerca de R$ 50 milhões. Armínio teria duplo chapéu na empreitada. Não apenas seria sócio da operação brasileira como ainda teria cadeira cativa como um dos principais fornecedores de café para a Starbucks. A Gávea detém 25% da Fazenda Ipanema, em Alfenas (MG), que pertenceu a Julio Bozano. O fundo pretende participar também da compra de imóveis onde serão instaladas futuras lojas da rede.
A investida sobre a Starbucks é mais um passo no processo de diversificação do portfólio da Gávea Investimentos. Além da compra de ações da Fazenda Ipanema, o private equity ingressou recentemente no capital da Multiterminais, operador portuário do Rio de Janeiro. Tem planos também de ampliar sua presença no setor imobiliário – o fundo tem participação no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. Caso sacramente sua associação com a Starbucks, a Gávea vai atrelar seu nome ao que promete ser um dos mais calóricos investimentos no mercado brasileiro de fast food ao longo dos próximos três anos. Por enquanto, foram abertas apenas três lojas – todas em São Paulo. Trata-se só do desjejum.
Os próximos lances prevêem, ainda para este ano, a abertura de restaurantes no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. Até 2009, a rede de cafeterias deverá estar presente em todas capitais do Sul e Sudeste, nas principais cidades do Nordeste e em Brasília. A estimativa é de que os investimentos até 2010 somem cerca de R$ 150 milhões.