fonte: Cepea

Armando Tintori em Maringá; a paixão por máquinas para o café

Por: 27/09 09:53 - O Diário de Maringá

Armando Titori História do Café


Só montar, não: Tintori queria inventar máquinas

27/09 09:53 – O Diário de Maringá 
 
Luiz de Carvalho
carvalho@odiariomaringa.com.br



Armando Tintori na empresa que fundou em Maringá; a paixão por máquinas o levou a criá-las


 


Montar e desmontar máquinas é algo que está no sangue da família Tintori há gerações. Armando seguiu os passos do pai, Roberto: muito jovem, pôs a mão na massa e não tirou mais. Não se contentou em apenas montar e resolveu criar as próprias máquinas. Hoje, há invenções de Armando Tintori por todo o Brasil e em vários países da América do Sul. Algumas cruzaram o oceano e foram parar na Europa, África e Ásia.



Foi por gostar de máquinas que Armando Tintori veio parar em Maringá. ‘Meu pai era sócio da Máquinas DAndrea, em Limeira, (SP), e eu, desde cedo, era o encarregado de montar as máquinas vendidas pela empresa. Assim, viajei muito e vim parar no Paraná, que comprava muitas máquinas para o beneficiamento de café, feijão e arroz. Em 1952, eu montei algumas máquinas em Cornélio Procópio e, ao final, tive que vir a Maringá fazer uma cobrança. Me apaixonei pela cidade, que ainda estava nascendo, mas mostrava potencial para ser uma das mais importantes do Brasil’, relata.



A Maringá que Tintori conheceu era basicamente uma fileira de casas e lojas acompanhando a Avenida Brasil desde o Maringá Velho até o antigo aeroporto. Já existiam os esboços do que seriam as vilas. Como o plantio de café era o forte da economia regional, a DAndrea tratou de instalar uma representação na nova cidade, vendendo principalmente máquinas para a cafeicultura, atendendo tanto Maringá quanto Calaboca (que depois virou Mandaguaçu), Capelinha (Nova Esperança) e Brasileira, hoje Paranavaí.



A cafeicultura foi um fenômeno tão forte que Maringá chegou a contar com 117 máquinas de beneficiamento. Talvez teria mais, se a cidade contasse com energia elétrica. Cada empresário do setor tinha que ter grupos geradores, que eram ouvidos o dia e a noite inteiros nos períodos de safra. A maioria dessas máquinas foi vendida pela DAndrea e montadas por Armando, que a esta altura já era cidadão maringaense. ‘Era muito serviço, tanto para quem produzia café quanto para maquinistas e vendedores de máquinas. O norte do Paraná se tornou uma referência mundial em café e houve ano em que só Maringá produziu 37 milhões de sacas. Além disso, a terra roxa ainda produzia muito milho, feijão e arroz. Para tudo isso precisava-se de máquinas’, lembra Tintori.



Desde que aprendeu a montar todos os tipos de equipamentos, Armando Tintori acalentava o sonho de fabricar máquinas. A produção abundante da região mostrou-lhe a oportunidade. Foi o pioneiro Emílio Germani, um dos maiores beneficiadores de cereais que o Paraná já teve, quem o aconselhou a iniciar um empreendimento em Maringá.



Quase 40 anos atrás, Armando começou a fabricar as próprias máquinas em um terreno da Avenida Colombo. Nascia ali a Máquinas Limeira. A empresa cresceu e ele logo teve que contratar pessoal especializado para ajudá-lo na construção de descascadores, esmagadores, polidores, misturadores, secadores, desgerminadores, moinhos e até armazéns e máquinas de empacotamento.



O ciclo da cafeicultura passou, mas a Máquinas Limeira continua produzindo no mesmo ritmo. Agora Armando não precisa mais fazer quase tudo sozinho. Três dos quatro filhos o ajudam a administrar a empresa e os netos também já estão envolvidos com os negócios, que empregam mais de 50 profissionais e tem máquinas instaladas em várias regiões do Brasil. Países da América do Sul, principalmente os que compõem o Mercosul, já conhecem a tecnologia dos Tintori. Até na África a Máquinas Limeira já comercializou equipamentos.



Apesar da grande quantidade de máquinas que vendeu e instalou, Armando ainda se lembra de todas elas, de quem fez a compra e de quando foi feita a instalação. A idade não o impede de acompanhar de perto toda a linha de produção e de apresentar idéias para novos produtos. Hoje, ele se diz realizado por viver a melhor fase da história de Maringá, onde fez amigos e criou a família. Ele vê que a satisfação deve-se ao fato de ter escolhido Maringá para viver.


 

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