A previsão é bem superior à da Conab, que estimou, em janeiro, 50,5 milhoes de sacas (média entre os limites inferior e superior apresentados).
06 mai 2016 – A produção brasileira de café na safra 2016/17, que já começou a ser colhida, deverá somar 55,5 milhoes de sacas, de acordo com a empresa de pesquisas Armajaro Research Ltd, de Londres. A previsão é bem superior à da Conab, que estimou, em janeiro, 50,5 milhoes de sacas (média entre os limites inferior e superior apresentados).
O número da Armajaro foi apresentado ontem durante o XXI Seminário Internacional de Café no Guarujá. A estimativa da empresa para o ciclo que está sendo comercializado, o 2015/16, é de 51,7 milhões de sacas, também acima do projetado pela Conab, de 43,2 milhões de sacas.
Pelos dados da empresa para esta safra, a produção de café arábica no Brasil somará 42 milhões de sacas e a de conilon, 13,5 milhões de sacas.
Neil Rosser, chefe de pesquisa de café da Armajaro, disse que após a colheita provavelmente os números serão ajustados, com decréscimo na produção de conilon – sobretudo por causa da seca no Espírito Santo. Já a de arábica deverá ser elevada.
Questionado sobre o motivo de as projeções da Armajaro e da Conab serem tão diferentes, Rosser disse ver inconsistências nos números da autarquia. Para a empresa, considerando que o consumo doméstico brasileiro e as exportações devem somar 54,5 milhões de sacas em 2016/17, apenas uma forte queda nos estoques explicaria a produção prevista. Dados da Conab indicam que, no fim da safra 2014/15, os estoques privados somavam 14,369 milhões de sacas, 5,6% menos que as 15,217 milhões de sacas de um ano antes.
Apesar da boa produção estimada para o Brasil, a Armajaro estima que deverá haver um aumento no déficit de café no mundo. No ano safra internacional 2015/16, com produção mundial de 149,3 milhões de sacas, o consumo foi projetado em 149,7 milhões de sacas. No novo ciclo, a produção global deverá somar 151,2 milhões de sacas para um consumo de 153,3 milhões – ou seja um déficit de 2,2 milhões de sacas.
A razão para esse cenário, segundo Rosser, é que problemas climáticos – como o El Nino, que afetou cafezais de várias regiões, como o Espírito Santo, a Indonésia e o Vietnã – fizeram a produção mundial como um todo se estagnar nas últimas safras. Enquanto isso, o consumo de café cresce a uma taxa de 2% ao ano.
Rosser lembrou que a desvalorização das moedas em países produtores de café, como Brasil e Colômbia, estão favorecendo os preços recebidos pelos agricultores.
Fonte : Valor