A broca-do-café é um problema que tira o sono de muitos cafeicultores. Esta
praga escava galerias no interior dos frutos para que as fêmeas depositem seus
ovos. Depois do nascimento, as larvas se alimentam dos grãos, fazendo com que
eles apodreçam. Isto não só reduz a produção nos cafezais, com perdas que podem
chegar a 100%, como também interfere diretamente na qualidade da bebida.
O Iapar – Instituto Agronômico do Paraná – criou uma armadilha eficaz e
barata capaz de exterminar o inseto. Segundo o engenheiro agrônomo Rodolfo
Bianco, a armadilha foi inventada pelo dr. Amador Villacorta, no final dos anos
1990. Os testes foram tão bem-sucedidos que, mais tarde, a armadilha já estava
espalhada pelos cafezais brasileiros.
O dispositivo atrai o inseto com uma isca feita de uma mistura de metanol,
álcool de cozinha e café. Ao entrar na armadilha, o inseto vai de encontro à
parede interna da garrafa e acaba caindo na solução de água e detergente,
morrendo afogado. De acordo com estudos do Iapar, além de reduzir os danos
causados pela broca-do-café, o invento pode ser utilizado em integração com
outros métodos tradicionais de combate à praga, como o uso do fungo Beauveria
bassiana.
Feita de materiais recicláveis, cada armadilha custa cerca de 3 reais.
Recomenda-se colocar 25 dispositivos por hectare, com espaçamento de 20 metros
entre cada um. No caso de plantas jovens, é importante prender as armadilhas em
estacas fixadas a 1,20 metro do solo. No cafeeiro adulto, basta colocar as
garrafas nos galhos. Deve-se trocar a água com detergente e também a mistura de
metanol toda semana. |