Argentina Adeco traça planos ambiciosos para o Brasil

2 de maio de 2006 | Sem comentários Comércio Empresas
Por: Valor Econômico por Mônica Scaramuzzo


A Adeco Agropecuária, empresa formada por investidores americanos, brasileiros e argentino, entre eles o megainvestidor George Soros, está expandindo os seus negócios no Brasil. A empresa, com sede na Argentina, quer duplicar a produção de algodão e café no país e investir em duas novas usinas de açúcar e álcool no Centro-Sul brasileiro.


“O Brasil tem mais terras disponíveis, o que facilita nosso plano de diversificação de negócios”, disse ao Valor Leonardo Berridi, gerente administrativo da Adeco Agropecuária no país.


Fundada na Argentina em setembro de 2002, com faturamento da ordem de US$ 50 milhões, o grupo tem como foco a agricultura e a pecuária. Na Argentina, a empresa concentra mais da metade de seus negócios em grãos – soja, milho, trigo e girassol -, com a produção de 220 mil toneladas, e também na pecuária, com ênfase em leite (com produção diária de 90 mil litros), em uma área total 105 mil hectares.


No Brasil, a empresa chegou discretamente no final de 2004, com a aquisição de 20 mil hectares de terras na Bahia e em Tocantins. Em fevereiro deste ano, a Adeco adquiriu sua primeira usina de açúcar e álcool no país, na cidade de Monte Belo (MG).


Os planos da Adeco para o Brasil são expandir seus negócios no setor sucroalcooleiro. Berridi disse que a empresa estuda a aquisição de duas novas usinas, mas ainda não definiu a localização. O Centro-Oeste e Minas Gerais estão entre as regiões mais cotadas para expansão do grupo.


Em café e algodão, os planos de expansão da empresa também são ambiciosos. Atualmente a Adeco cultiva algodão em 3 mil hectares no oeste baiano e pretende duplicar esta área nos próximos três a quatro anos. “Estamos estudando oportunidades na Bahia mesmo ou no Piauí”, disse Berridi.


O oeste baiano é atualmente a segunda maior região produtora de algodão do país, atrás do Mato Grosso. Também na Bahia a empresa cultiva café em uma área de 400 hectares. A empresa pretende expandir seus negócios com café no Estado.

A produção de grãos da empresa no Brasil está concentrada no Estado de Tocantins, onde a empresa adquiriu há um ano e meio cerca de 8 mil hectares de terras para produzir soja e milho. Segundo Berridi, não está, pelo menos por enquanto, nos planos da empresa investir na expansão dessas duas culturas.


Ele afirmou que a Argentina é mais competitiva na produção dos grãos, pois lá os custos de produção são menores. “No Brasil, temos que fazer maior investimento em insumos”, disse.


Berridi informou que a empresa pretende consolidar seus negócios no Brasil, Uruguai e Argentina. No Uruguai, por exemplo, a empresa cultiva apenas grãos. “Não queremos regionalizar os negócios [referindo-se à concentração das atividades em um único país], mas diminuir os nossos riscos, investindo em regiões que consideramos importantes.”


Segundo Mariano Bosch, diretor geral do grupo, a expansão da empresa é marcada por aquisições de terras, e o Brasil está no foco de crescimento do grupo. A pecuária, de acordo com o executivo, somente avança em regiões não agricultáveis.

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