Arábica X Robusta: Especialistas apresentam as perspectivas de produção dos cafés do Brasil

(17/03/2009 10:24)

O Brasil é um dos poucos países que produz as duas espécies de café, o Coffea arábica ou Arábica e o Coffea canephora, ou Robusta. O Arábica, originário do Oriente, de melhor qualidade, possui o mais requintado aroma e os mais intensos sabores. As plantas de Arábica são mais sensíveis e exigentes com relação ao tipo de solo e clima, sendo, por isso, necessárias diversas práticas de tratos culturais e fitossanitários, bem como fertilidade de solo. Elas se adaptam em altitudes próximas de 1000 m e temperaturas amenas (sofrem em temperaturas acima de 30º C). O Robusta ou Conilon, originário da África, mais rude, não possui sabores variados e refinados, possuindo o dobro de cafeína do Arábica (1,2% no Arábica e 2,4% no Robusta). As plantas do robusta se adaptam a baixas altitudes e suportam altas temperaturas e regiões úmidas.


Mas afinal, qual a melhor espécie para se plantar? Arábia ou Robusta? A questão foi levantada no 10º Simpósio Nacional do Agronegócio Café, em Salvador na Bahia. O Espírito Santo é o estado que mais produz café robusta no país e defendeu a espécie no congresso. O pesquisador Aymbiré Fancisco de Almeida Fonseca, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), falou sobre a produção do grão no Estado. Segundo ele, a tendência é que haja um aumento na produção do Robusta.


Hoje 35,1% da produção mundial são de café Conilon e 64,9% de Arábica sendo, o Brasil responsável por 19% da produção de Robusta e 81% da produção de Arábica.


“Estamos no caminho certo para o cultivo do Conilon”, afirma Fonseca.


O superintendente do Centro de Desenvolvimento Tecnológico do Café (CETCAF), Frederico de Almeida Daher, mostrou a evolução do consumo de café no Brasil e as projeções para o consumo até 2010.


De acordo com a projeção da Abic, o Brasil deve consumir até 2010, 21 milhões de sacas por ano. Daher mostrou também a necessidade brasileira de produzir mais café.


Segundo ele, em 2010, as exportações podem chegar a 30 milhões de sacas e o consumo a 21 milhões, o que demandaria uma produção de 51 milhões de sacas, porém, a média da produção nos últimos 10 anos é de 38,5 milhões de sacas, cifra que indica um déficit 12,5 milhões de sacas. “Devemos trilhar o caminho de aumentar a produção com produtividade, qualidade e sustentabilidade”, adverte

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.