Árabes são 2º maior mercado do agronegócio

Publicação: 23/02/07

23 de fevereiro de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: DCI

As exportações do agronegócio para os árabes dispararam e já colocam o bloco como segundo principal destino dos produtos do setor no mundo, superando a Holanda e ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O crescimento das vendas externas do agronegócio para os países árabes – que somaram US$ 4,4 bilhões ano passado -, foi de 44% em janeiro, contra 28% na média geral das exportações do setor. Em janeiro o volume financeiro dessas vendas somou US$ 349,3 milhões, num total de 684,4 mil toneladas, um aumento de 47%.


A participação do mercado árabe no total dos embarques também aumentou, de 8,26% em janeiro do ano passado para 9,26% em janeiro deste ano. Foi o melhor resultado de janeiro em 18 anos. Além disso, o agronegócio foi o principal responsável pelo saldo favorável nas relações comerciais entre o País e os árabes no ano passado. O total de comércio entre as duas partes somou US$ 12 bilhões e o Brasil teve saldo de US$ 1,3 bilhão, apesar do preço alto do petróleo, principalmente do produto da Arábia Saudita. Segundo o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB), Antônio Sarkis Jr, esses números são resultado da consolidação do mercado árabe como um dos principais destinos do agronegócio brasileiro. “O produtor brasileiro tem, no mercado árabe, um parceiro importante, e vice-versa” diz Sarkis.


Os países responsáveis pelo impulso nas exportações, em receita, no mês de janeiro, foram Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Argélia e Marrocos, tradicionais compradores que apresentaram um crescimento significativo. Os que apresentaram maior aumento foram Iêmen, com 2.430%, o que corresponde a US$ 13,9 milhões; Mauritânia, 947% (US$ 10,3 milhões); Tunísia, 248% (US$ 14,4 milhões); Argélia, 205%; e Síria, 154%, com US$ 21 milhões cada. O Irã não participa da liga árabe, mas também se destacou. Em 2006, as vendas para o país saltaram 80%, para US$ 1,4 bilhão, e a participação do país saltou de 2,85% para 4,45% na pauta de exportações agropecuárias brasileiras.


Entre os principais produtos exportados estão açúcar, carnes, café, lácteos, fumo, fibras e produtos têxteis, sucos de frutas, frutas e chás. Esta semana o Brasil deu início a uma série de ações promocionais das frutas brasileiras e derivados no Oriente Médio participando da Gulfood, feira realizada nos Emirados Árabes (leia texto ao lado, nesta página). “Os Emirados Árabes, bem como os demais países árabes, têm obtido um crescimento expressivo no consumo de frutas e sucos” afirma Moacyr Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Fruticultura (Ibraf) .


Para ele, o crescimento é impulsionado pelo “clima quente, alto poder aquisitivo, restrições governamentais ao consumo de refrigerantes e imigração crescente de asiáticos estão entre os principais fatores “. O aumento das importações de alimentos também é atribuído a recomposição dos estoques após a comemoração do ano novo árabe, no último dia 27, e ao frio na região que costuma impulsionar as compras desses produtos.


Também estão participando da Gulfood as empresas RBR Trading, Atlântica Foods, Predilecta Alimentos e ASTN (Associação das Indústrias Processadoras de Frutos Tropicais), representando 14 empresas, além da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).


Fatia de 10% do mercado


Nos países árabes, 90% dos produtos de agronegócio são importados, e o Brasil responde por cerca de 10% desse mercado. Para Sarkis acordos comerciais também contribuíram para a maior presença do Brasil nesses países. A quebra de algumas barreiras tarifárias está entre os principais fatores.


“O Egito, por exemplo, tinha algumas barreiras e tarifas que foram reduzidas, principalmente relativas ao setor de carnes, e agora passa a importar esses produtos” afirma Sarkis.


Mesmo com a significativa expansão Sarkis acredita que as relações entre o Brasil e esses países ainda deverá ser ampliada. “O empresário árabe sabe do potencial brasileiro para ser líder no mercado mundial de agronegócios”, analisa.


As exportações brasileiras aos árabes incluem também boi em pé. O País já chegou a exportar 70 mil cabeças de gado gaúcho para o Líbano. O produto é escoado principalmente pelo Porto de Rio Grande.

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