Após oscilarem dos dois lados da tabela nesta quarta-feira (21), os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) acabaram fechando a sessão com leve alto em ajustes técnicos e com suporte do câmbio.
O mercado recupera parte das perdas registradas nas últimas sessões e já avança acima do patamar de US$ 1,45 por libra-peso. Apesar da leve alta, segundo analistas e agências, os operadores externos seguem atentos ao clima no cinturão produtivo do Brasil.
O contrato março/17 fechou a sessão de hoje cotado a 144,55 cents/lb com 70 pontos de alta, o maio/17 anotou 146,75 cents/lb com 65 pontos de valorização. Já o vencimento julho/17 encerrou o dia negociado a 149,05 cents/lb com 70 pontos de alta e o setembro/17, mais distante, teve 75 pontos de avanço, cotado a 150,95 cents/lb.
Os futuros do arábica trabalham sem direcionamento definido nos últimos dias, após caírem repercutindo os fundamentos nos últimos dias, os preços voltaram a subir em ajustes técnicos, com recompras de fundos sendo realizadas e com suporte do câmbio, segundo agências internacionais. “Os futuros subiram recentemente com compras sendo realizadas devido as oscilações do câmbio. No entanto, as ideias são de que a produção de arábica na América Latina será forte”, explicou na segunda-feira (19) o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville em relatório.
O dólar comercial fechou a sessão desta quarta-feira com queda de 0,35, cotado a R$ 3,3222 na venda, repercutindo o mercado externo e ainda com baixa volume de negócios. As oscilações no câmbio impactam diretamente as exportações da commodity do Brasil, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo.
Apesar do avanço técnico no mercado, os operadores externos ainda repercutem com força o otimismo com a oferta do grão na próxima temporada por conta das melhores condições climáticas no Brasil. Mapas climáticos, no entanto, apontam que após bons volumes de chuvas nos últimos dias em áreas do cinturão produtivo de café do país, o clima deve ficar menos chuvoso e quente nos próximos dias. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), até quinta-feira, somente o centro e norte do Espírito Santo e o Paraná receberão chuvas mais volumosas.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), no entanto, informou que a exportação de café do Brasil, maior produtor e exportador da commodity no mundo, na safra 2016/17 deve cair, totalizando 34,23 milhões de sacas de 60 kg. Esse número é 3,7% menor que o volume registrado na temporada anterior, quando foram embarcadas 35,54 milhões de sacas pelo país. Segundo a entidade, o Brasil deve ter produção de café na safra 2016/17 mais alta que a anterior, totalizando 56,1 milhões de sacas na safra 2016/17.
O Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodity do mundo, informou em relatório que as perspectivas no mercado já apontam para mais uma queda na produção do país, com atenção especial para o conilon, variedade brasileira do robusta. Diante dessa situação, o Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodity do mundo, acredita que os produtores devem travar os preços futuros do grão.
“Apesar da perspectiva de recuo na produtividade em função da bienalidade do café, cotações favoráveis devem garantir margens positivas ao cafeicultor brasileiro no próximo ano. Destaca-se parcela dos produtores que já aproveitou as boas oportunidades de trava de preços oferecidas pelo mercado futuro durante 2016”, destacou o banco em relatório. “Os cafeicultores brasileiros que seguem sem fixar os preços para 2017 e 2018 devem estar atentos à elevada volatilidade esperada no mercado internacional de café e de dólar”.
Mercado interno
As negociações no mercado físico brasileiro estão cada vez mais lentas com a proximidade das festas de final de ano. De acordo com informação reportada pela Reuters nesta quarta-feira, com base em relatos de colaboradores do Cepea, as diferenças entre os preços ofertados e os pedidos pelos produtores de café nos últimos dias têm limitado as negociações nas praças de comercialização do país. Analistas acreditam que o mercado deve voltar a ter liquidez apenas no início do próximo ano.
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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas