Apex apoiará a exportação de alimentos para o Japão em 2008

23 de novembro de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: Gazeta Mercantil

NACIONAL
23/11/2007
 
Apex apoiará a exportação de alimentos para o Japão em 2008
 
 
Brasília, 23 de Novembro de 2007 – A Agência de Promoção das Exportações (Apex) vai abrir os eventos comemorativos dos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, no ano que vem, ao levar empresários para garimpar oportunidades de exportação de alimentos para a segunda maior economia do mundo, com renda per capita de US$ 34 mil. Levantamento da Apex como preparação para a participação brasileira na Foodex, a mais importante feira de alimentos e bebidas da Ásia, em março em Chiba, identificou as demandas que mais crescem no Japão: massas, preparações alimentícias e produtos orgânicos.


Mas o estudo também alerta que o governo japonês está preparando leis que vão obrigar fornecedores a rastrear toda a cadeia dos alimentos, o que pode se transformar em mais uma barreira em um mercado potente, mas altamente regulado. O Brasil já enfrenta este mesmo problema com a União Européia (UE), que exige rastreabilidade desde o nascimento até o abatedouro do gado, e o governo brasileiro tem tido dificuldade para cumprir os prazos estipulados pela UE.


Para o Japão o Brasil exporta carne suína e aves em partes congeladas. A carnes bovina não entra por causa do risco de febre aftosa. O Brasil negociou com os japoneses por 20 anos antes de exportar manga, até conseguir demonstrar a eficiência do controle da “mosca-da-fruta”.


“Existem produtos que enfrentam barreiras, e estes devem continuar sendo negociados. Por outro lado, temos produtos alimentícios, como biscoitos e orgânicos que não enfrentam barreiras e já estão caindo no gosto do japonês”, disse o presidente da Apex, Alessandro Teixeira.


Além da feira, os dois governos planejam uma série de eventos para 2008, como missões comerciais de ambos os lados e um seminário especial para altos executivos sobre a economia brasileira, que será realizado pelo Itamaraty em Tóquio antes do encontro do G8, em Hokaido, em julho. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já foi convidado e vai levar uma missão de empresários.


O objetivo dos dois governos é aproveitar a efeméride para criar oportunidades para aquecer o comércio entre os países, estável há mais de uma década. O Brasil continua exportando commodities como minério de ferro, alumínio bruto, café e álcool e algo em partes de aves congeladas e importando automóveis, autopeças, máquinas e eletrônicos. Em 1995, exportou US$ 3 bilhões e este ano, até outubro, as vendas atingiram US$ 3,5 bilhões. “O perfil é o mesmo há um tempo. No entanto, o empresário brasileiro começou a ver grandes oportunidades no Japão e, aos poucos, a diversificação de produtos tende a aumentar”, reconhece Teixeira.


“A idéia é que os dois países voltem a ter as mesmas relações econômicas que tiveram nas décadas de 60 e 70, quando o Japão investiu no Brasil, na indústria de aço e no plantio de soja. O problema é que na década de 80 houve estagnação no Brasil e na de 90 foi o Japão que parou”, diz o conselheiro Tadayuki Miyashita, da embaixada do Japão, em Brasília.


Segundo o presidente da Câmara de Comércio Brasil-Japão, Makuto Tanaka, os setores automotivo, de TV e áudio japoneses planejam ampliar investimentos nos próximos anos. Com 5% do mercado automotivo brasileiro ocupado por montadoras do Japão, a meta do governo japonês é aumentar a fatia no setor para 15%. Honda e Toyota já decidiram trazer duas novas fábricas. Com a opção do governo brasileiro pelo padrão japonês de TV digital, Panasonic e Toshiba devem aumentar a produção.


O Brasil tem baixa participação no mercado japonês de produtos alimentícios, cujas importações estão crescendo naquele país. Entre 2001 e 2006, as compras japonesas de água e refrigerantes avançaram 17,93%, de vinhos e vermutes, 7,80% e de chocolates, balas e confeitos, 6,12%. O market share do País nesses segmentos é de 0,25%, 0,03% e 0,58%, respectivamente.


Mas o Brasil possui 15,46% do mercado japonês de sucos, cujas as vendas cresceram 6,6%. É do Brasil 28,27% do mercado de cafés; e o aumento dos embarques do setor foi de 20% desde 2001.


(Gazeta Mercantil/Caderno A – Pág. 4)(Cláudia Dianni) 
 
 

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