Segundo a Cooxupé, desde dezembro do ano passado, o clima tem apresentado instabilidade, prejudicando o desenvolvimento dos cafezais
21/08/2019 A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) realizou nesta terça-feira, 20, o 1º Fórum Técnico Café e Clima. Durante o evento, especialistas apontaram que assim como a safra 2019, a de 2020 também será comprometida pelas instabilidades climáticas e não deve ser maior que a de 2018 (ano de bienalidade alta).
Desde dezembro do ano passado, o clima tem apresentado variações, gerando reflexos nos cafezais por conta das chuvas irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas irregulares. “A exposição das lavouras a uma grande amplitude térmica, cujas temperaturas mínima e máxima registraram 14ºC e 36ºC, também comprometeu o metabolismo da planta”, concluíram os profissionais.
Éder Ribeiro dos Santos, coordenador do Departamento de Geoprocessamento da Cooxupé, conta que as principais causas de quebra de produtividade na cafeicultura se devem 56% à deficiência hídrica, 17% ao excesso hídrico e 14% às temperaturas adversas, que juntos correspondem a 87% dos fatores de influência na produção.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, afirma que — mesmo com o levantamento técnico realizado na área de ação entidade ao longo desses meses — não é possível ainda falar em números sobre os impactos na safra do próximo ano, mas que a colheita pode ser, no máximo, igual a do ano passado.
Os impactos do clima, no entanto, já são sentidos pela cooperativa no recebimento de café deste ano. “Até o momento, estamos com a produção de nossa área 95% colhida e recebemos de cooperados e terceiros 4,144 milhões de sacas de café arábica. Nossas expectativas gerais eram de 5,7 milhões de sacas e, certamente, não alcançaremos esta meta”, revela Melo. Em 2018, o recebimento de café de cooperados e terceiros foi de 6,451 milhões de sacas.
Fonte : Canal Rural