Por Carine Ferreira
Valor Econômico
Os primeiros dois meses de 2015 podem também registrar períodos de seca nas regiões de produção de café do Sudeste. Mas não deverão ser tão críticos em relação à falta de chuvas como foi o primeiro bimestre deste ano, um dos piores para a atividade, segundo Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia.
A seca este ano prejudicou a formação dos grãos na safra colhida em 2014 e o desenvolvimento das lavouras que produzirão em 2015.
A ocorrência de mais períodos com falta de chuvas se deve ao aquecimento do sul do Oceano Pacífico, que não está sujeito a fenômenos climáticos como o El Niño e o La Niña. Essa situação leva ao bloqueio atmosférico nos sistemas meteorológicos que impedem o avanço das frentes frias, explica Santos.
Neste ano, houve aquecimento no sistema Atlântico Sul, o que levou a um bloqueio muito mais intenso da chegada das frentes frias ao Sudeste do país, segundo o agrometeorologista. Em 2015, o bloqueio das frentes frias pode ser compensado pelos ventos úmidos vindos do Norte do Brasil.
No entanto, o clima em 2015 não será tão favorável à cafeicultura no Sudeste, nem às culturas de cana-de-açúcar e laranja, prevê Santos. No caso do café, o ano-safra 2014/15 (que termina em junho do ano que vem) deverá registrar ainda chuvas abaixo da média. O normal para um ciclo (julho a junho) é uma média de 1.400 a 1.600 milímetros de precipitações, diz ele. A última temporada 2013/14, encerrada no meio deste ano, teve uma média de 800 a 1.000 milímetros de chuvas.
Apesar dessas previsões, as chuvas mais generalizadas e em bom volume de duas semanas atrás no Sudeste elevaram os níveis de umidade do solo e melhoraram o “pegamento” das floradas principais – ocorridas no início de novembro em sua maior parte – e dos chumbinhos (início da formação dos grãos a partir das flores), diz Santos. “Melhorou muito a situação da cafeicultura”. E os produtores mais capitalizados em função da alta dos preços do café este ano também poderão melhorar os tratos culturais das lavouras.
Neste mês, deverão ocorrer chuvas generalizadas nas regiões produtoras paulistas, mineiras e capixabas, prevê a Somar.
Mas, mesmo com as chuvas mais recentes e com as floradas intensas registradas em algumas regiões, os cafeeiros apresentaram baixo crescimento dos ramos por causa da forte seca e calor nos primeiros meses do ano, observa Santos.
O engenheiro agrônomo Iran Bueno Ferreira, da Fundação Procafé, avalia que no Sul de Minas poderá haver “briga” por espaço para o crescimento dos grãos para a colheita no ano que vem em virtude do clima desfavorável registrado até março deste ano. Assim, a planta “expulsaria” alguns grãos para obter um certo equilíbrio já que houve menor crescimento dos ramos. No estágio de desenvolvimento do cafeeiro, de novembro de 2013 a março deste ano, a planta se prepara para a produção em 2015.
Além disso, as floradas recentes ficaram desuniformes, o que atrapalha o crescimento dos frutos, a colheita, o rendimento e a qualidade do café, pois os grãos se desenvolvem em diferentes fases na mesma planta. Algumas regiões, como Carmo de Minas, já registraram cinco a seis floradas, diz o agrônomo.
Valor Econômico – 08/12/14
Os primeiros dois meses de 2015 podem também registrar períodos de seca nas regiões de produção de café do Sudeste. Mas não deverão ser tão críticos em relação à falta de chuvas como foi o primeiro bimestre deste ano, um dos piores para a atividade, segundo Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologia.
A seca este ano prejudicou a formação dos grãos na safra colhida em 2014 e o desenvolvimento das lavouras que produzirão em 2015.
A ocorrência de mais períodos com falta de chuvas se deve ao aquecimento do sul do Oceano Pacífico, que não está sujeito a fenômenos climáticos como o El Niño e o La Niña. Essa situação leva ao bloqueio atmosférico nos sistemas meteorológicos que impedem o avanço das frentes frias, explica Santos.
Neste ano, houve aquecimento no sistema Atlântico Sul, o que levou a um bloqueio muito mais intenso da chegada das frentes frias ao Sudeste do país, segundo o agrometeorologista. Em 2015, o bloqueio das frentes frias pode ser compensado pelos ventos úmidos vindos do Norte do Brasil.
No entanto, o clima em 2015 não será tão favorável à cafeicultura no Sudeste, nem às culturas de cana-de-açúcar e laranja, prevê Santos. No caso do café, o ano-safra 2014/15 (que termina em junho do ano que vem) deverá registrar ainda chuvas abaixo da média. O normal para um ciclo (julho a junho) é uma média de 1.400 a 1.600 milímetros de precipitações, diz ele. A última temporada 2013/14, encerrada no meio deste ano, teve uma média de 800 a 1.000 milímetros de chuvas.
Apesar dessas previsões, as chuvas mais generalizadas e em bom volume de duas semanas atrás no Sudeste elevaram os níveis de umidade do solo e melhoraram o “pegamento” das floradas principais – ocorridas no início de novembro em sua maior parte – e dos chumbinhos (início da formação dos grãos a partir das flores), diz Santos. “Melhorou muito a situação da cafeicultura”. E os produtores mais capitalizados em função da alta dos preços do café este ano também poderão melhorar os tratos culturais das lavouras.
Neste mês, deverão ocorrer chuvas generalizadas nas regiões produtoras paulistas, mineiras e capixabas, prevê a Somar.
Mas, mesmo com as chuvas mais recentes e com as floradas intensas registradas em algumas regiões, os cafeeiros apresentaram baixo crescimento dos ramos por causa da forte seca e calor nos primeiros meses do ano, observa Santos.
O engenheiro agrônomo Iran Bueno Ferreira, da Fundação Procafé, avalia que no Sul de Minas poderá haver “briga” por espaço para o crescimento dos grãos para a colheita no ano que vem em virtude do clima desfavorável registrado até março deste ano. Assim, a planta “expulsaria” alguns grãos para obter um certo equilíbrio já que houve menor crescimento dos ramos. No estágio de desenvolvimento do cafeeiro, de novembro de 2013 a março deste ano, a planta se prepara para a produção em 2015.
Além disso, as floradas recentes ficaram desuniformes, o que atrapalha o crescimento dos frutos, a colheita, o rendimento e a qualidade do café, pois os grãos se desenvolvem em diferentes fases na mesma planta. Algumas regiões, como Carmo de Minas, já registraram cinco a seis floradas, diz o agrônomo.