Análise: Incremento de Tecnologia poderá trazer equilíbrio na oferta de café

11 de novembro de 2005 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: INFORMATIVO Nº 50 ESCRITÓRIO DE APOIO AO AGRONEGÓCIO CAFÉ

A recuperação gradual nos preços do café que vem sendo verificada desde o início do ano passado, não foi suficiente para estancar a crise vivida no setor, porém a atenuou.

Os produtores que se utilizam de crédito para o custeio da atividade têm ainda pesados passivos, tendo boa parte sido reescalonados a médio e longo prazo, pelo alongamento de 12 anos dos financiamentos do Funcafé concedidos, em 2001, pela SECURITIZAÇÃO e PESA.

Segundo os levantamentos realizados pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, a inadimplência, nestas operações, supera 20%, número excessivamente alto, o que demonstra que as dificuldades persistem.

O cafeicultor sabe, entretanto, que a solução para diminuir custos está no aumento de produtividade. Neste sentido, as pesquisas realizadas pelo Consórcio Café da Embrapa, com a difusão das novas tecnologias realizadas por Cooperativas, Associações e Empresas de assistência como a Emater, vêm contribuindo sobremaneira para o aumento de produtividade em nosso Parque Cafeeiro.

Segundo informações que vêm das principais Cooperativas, está sendo verificado, neste ano, um importante incremento na venda de insumos. O resultado disto se espelha nas lavouras, que apresentam um maior vigor em relação aos últimos anos. Desta forma, é possível que os cafezais com melhor trato cultural, não apresentem um stress tão grande com a produção do próximo ano (até porque não será tão intensa como a de 2002), o que nos leva a crer que, possivelmente, o efeito da bianualidade da produção não será tão forte.

Caso isto se confirme, e não ocorrendo uma alteração climática maior nos próximos anos, poderemos ter um equilíbrio maior entre as safras, o que poderá ter um efeito interessante em nível de mercado, com preços possivelmente se estabilizando em uma faixa de U$1,00 a U$1,20 por libra peso em relação ao primeiro contrato da Bolsa de Nova York. Esta situação é muito interessante para o Brasil, pois se este patamar de preços remunera a Cafeicultura Brasileira, isto não ocorre na maioria de nossos concorrentes.

“O produtor brasileiro precisa, neste momento, ter cautela e utilizar o Planejamento como uma ferramenta administrativa para traçar suas estratégias futuras. Não podemos pensar em aumentar nosso Parque Cafeeiro agora. Se o renovarmos gradativamente e aumentarmos a utilização de tecnologia, conseguiremos sem aumentar a área plantada suprir a demanda do mercado nos próximos anos com uma remuneração que nos permitirá cumprir com nossos compromissos e necessidades” analisa o Deputado Silas Brasileiro, que idealizou a criação do Centro de Inteligência de Café – CIC, dentro da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais.

“O CIC terá um papel fundamental para auxiliar na tomada de decisões pelos produtores e na formulação de políticas para o nosso Agronegócio Café”, concluiu o Deputado.

Brasília, 10 de novembro de 2005.

ESCRITÓRIO DE APOIO AO AGRONEGÓCIO CAFÉ

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