Análise da Semana: Temporada de furacões

Rio de Janeiro, 21 de outubro (Exclusivo para Revista Cafeicultura)

21 de outubro de 2005 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Miguel Barbosa*


Os furacões que vêm assolando a
América Central e os Estados Unidos estão soprando também dentro das bolsas de
mercados futuros. Nesta semana que acaba hoje, houve intensa especulação em
torno dos estragos já provocados pelo furacão Stan e pelos futuros prejuízos do
Wilma na produção da América Central e México.


 


Mas o Centro Nacional de Furacões,
órgão do governo federal americano, divulgou hoje que o Wilma afetará apenas uma
pequena região do México, não tocando nas principais regiões cafeeiras da
América Central. Wilma seguirá pelo meio do golfo do México, afetando o leste de
Cuba, a península de Yucatán, no México, e atingirá a capital da Flórida, Miami,
em cheio, podendo chegar à Carolina do Sul e do Norte em alguns
dias.


 


Com isso, os preços do café na
bolsa de Nova Iorque, que quase bateram nos 107 centavos de dólar por
libra-peso, maior nível em vários anos, caíram nessa sexta para 103,25 centavos
de dólar por libra, com queda de 260 pontos sobre o pregão da véspera (contratos
de dezembro). Na BMF, os contratos para entregua em dezembro chegaram a 127,70
dólares por saca de 60 kg, queda de 320 pontos.


 


Entretanto, não é apenas a
temporada de furacão que vem sensibilizando o mercado de café. Os acidentes
climáticos na América Central encontraram um ambiente já nervoso entre
especuladores, traders e grandes torrefadoras, devido à redução brutal da
quantidade de café disponível nos últimos meses. As safras menores dos
principais países produtores, e sobretudo do Brasil, começa a se fazer sentir
junto à indústria brasileira e exportadores, com reflexos imediatos no nível de
estoques no exterior.


 


Muitos produtores já perceberam o
momento favorável e procurar postergar ao máximo as vendas, no intuito de vender
a preços ainda inimagináveis neste período de entressafra que vai até abril ou
maio do ano que vem.


 


Os preços do café arábica no
mercado físico chegaram a R$ 280 em algumas praças, durante a semana, e os
exportadores conseguiram convencer produtores a soltar razoável quantidade de
café, o que se já se refletiu na movimentação dos portos, maior que a no mesmo
período do mês passado.


 


Nas principais regiões cafeeiras do
Brasil, o tempo vem ajudando a floração se firmar, com a ocorrência de pancadas
de chuva. Neste final de semana, a previsão do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) é de chuva em toda área agrícola sudeste, excluindo o norte de
Minas.


 





 


* Miguel Barbosa,
30 anos, é editor do site Coffee Business e do Anuário Estatístico do Café.
Também é repórter e colunista de CoffeeNetwork e responsável pelo Anuário
Estatístico do Café. A partir desta data, é também colunista semanal do site da
Revista Cafeicultura.


 


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