No máximo em um ano, o Analisador de Alimentos e Café deverá estar no
mercado, pronto para detectar a qualidade do produto. A previsão é do
diretor-proprietário da WhitePix, de São Carlos, interior de São Paulo,
Edson Minatel, para quem será transfe
No máximo em um ano, o Analisador de Alimentos e Café deverá estar no mercado, pronto para detectar a qualidade do produto. A previsão é do diretor-proprietário da WhitePix, de São Carlos, interior de São Paulo, Edson Minatel, para quem será transferida a tecnologia no dia 2 de dezembro, às 9h30, na Embrapa Instrumentação Agropecuária, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, responsável pelo desenvolvimento do aparelho.
Minatel espera colocar o aparelho à disposição de órgãos certificadores de qualidade, sindicatos de café e torrefadores, na forma de produto ou apenas como prestador de serviço. “Até quem está criando produto com a marca da própria empresa pode se beneficiar com a tecnologia” avisa o empresário.
O Analisador de Alimentos e Café consumiu recursos, oriundos da Fapesp, de aproximadamente, 32 mil dólares para montagem do laboratório e outros 37 mil reais, sendo 12 mil da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) e 25 mil da Fapesp, para aquisição de equipamentos e pagamento de bolsas aos estudantes.
O pesquisador e coordenador da pesquisa na Embrapa Instrumentação Agropecuária, Washington Barro Melo, que está usando o aparelho desde 2000, explica que o índice de acerto nas análises feitas até o momento chegou a 93%. Só no período de abril até novembro de 2005 foram realizadas 1.050 medidas, sendo que nas amostras cegas enviadas pela ABIC para análise o teor de impureza está chegando a 50%.
O café começou a ser adulterado na década de 70, durante o período de tabelamento dos preços. O percentual de adulteração no pó de café chega, às vezes, a 85%, quando a legislação vigente só considera café puro o produto com até 1% de impurezas. O Analisador facilitará, com rapidez e precisão, o diagnóstico de fraudes no produto, pondo fim a mais de três décadas de adulteração. Pelo princípio fototérmico, o aparelho identifica, em segundos, a presença de matérias estranhas.
As técnicas utilizadas atualmente são demoradas e feitas a “olho nu” ou por lupa e ainda precisam de tratamento prévio da amostra, como lavagem com clorofórmio e secagem. Todo o processo leva de algumas horas a dias.
Assim, as técnicas atualmente aplicadas não fornecem confiança devido à subjetividade e a incapacidade de distinguir automaticamente uma partícula de café de sua sombra. Entre as desvantagens estão: longa duração para obter o resultado final; destrutibilidade da amostra; emprego de substância nociva para tratamento prévio da amostra; e baixa praticidade e alta subjetividade.
O sistema desenvolvido pela Embrapa substitui com vantagens os inconvenientes acima, porque o emprego da técnica fototérmica é simples, de fácil manejo, não é destrutivo, proporcionando um trabalho rápido, confiável e limpo. O sistema baseia-se no princípio fototérmico em que um feixe de energia luminosa (luz branca), com intensidade modulada em uma certa freqüência ou pulsada, é focado sobre a superfície de uma amostra. A interação da radiação modulada com a amostra absorvedora, na ausência de processo fotoquímico ou de fluorescência, leva ao processo de excitação não radiativa e ao aumento da temperatura dentro da amostra.
O calor gerado periodicamente se difunde produzindo uma distribuição de temperatura que é chamada de onda térmica. Essa onda térmica é captada por um sensor pirelétrico que fornece um sinal elétrico proporcional à intensidade do calor. Dependendo da estrutura morfológica da amostra este calor se propaga diferentemente. Esta propagação é percebida pelo sensor pirelétrico ao longo tempo de medição. A comparação do sinal elétrico com aquele obtido com o da amostra padrão fornece o teor de impurezas.
No dia 2, ainda serão transferidas outras quatro tecnologias, além de ser realizada audiência pública, na qual o Comitê Assessor Externo da Embrapa Instrumentação Agropecuária fará a avaliação do desempenho da Unidade. O diretor-executivo da Embrapa, José Geraldo Eugênio França, fará a abertura da audiência , enquanto o chefe-geral do Centro, Ladislau Martin Neto, apresentará os resultados obtidos em 2005 e as metas propostas para 2006.
Mais Informações: Joana Silva
Embrapa Instrumentação Agropecuária
São Carlos -SP
(16) 3374 2477 / 99946160
jo@cnpdia.embrapa.br