25/03/10
Apesar do aumento do consumo de café no Brasil em 2009, algumas características da indústria criam um ambiente favorável para uma aceleração no processo de fusões e aquisições do setor. Tecnologia defasada na maior parte das indústrias, foco no consumo de massa e dificuldade da maioria das empresas de conseguir uma melhora no posicionamento de suas marcas são alguns fatores que podem precipitar a consolidação.
\”Nunca as empresas conversaram tanto entre si para tentar encontrar uma solução para os problemas que cada uma tem. De concreto nada ainda aconteceu, mas existe um ambiente para fusões no setor\”, afirma Nathan Herszkowicz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).
O executivo lembra que, assim como os produtores, as indústrias de café passaram nos últimos anos por um processo de empobrecimento, visto que os preços do produto final no varejo não se alteram há quatro anos.
Diante desse quadro, a entidade tem estimulado o aumento da produção de cafés especiais, produtos com maior valor agregado, que propiciam margens maiores para a indústria.
Enquanto as companhias tentam se ajustar à nova realidade do mercado, a Abic trabalha com o governo na elaboração de uma série de medidas para tentar dar um fôlego maior para as empresas. Uma das principais seria o restabelecimento dos leilões dos estoques oficiais, suspensos em 2008 devido a dificuldades operacionais entre o Banco do Brasil e a Secretaria de Fazenda de Minas Gerais.
\”Existem 480 mil sacas dos estoques, outras 180 mil referentes ao plano de retenção de 2000 e também o café que tem sido recebido referente aos recentes leilões de contratos de opção\”, informa Herszkowicz. No pleito das indústrias ainda está a ampliação do prazo de pagamento no leilão para 18 meses ante os 6 meses que eram praticados até a interrupção de 2008. \”Essa é uma alternativa estratégica para a indústria\”, afirma. (AI)