As irregularidades climáticas desde o início deste ano afetaram as condições
de floradas nos cafezais do Sul de Minas e, a safra de café em 2016 já tem seu
potencial comprometido. O inverno caracterizado pelo clima frio e seco
surpreendeu os cafeicultores da região. Com um inverno de temperaturas mais
altas e chuvas na primeira quinzena de junho, ocasionou o surgimento de botões
florais fora da época esperada.
As irregularidades climáticas desde o início deste ano afetaram as condições
de floradas nos cafezais do Sul de Minas e, a safra de café em 2016 já tem seu
potencial comprometido. O inverno caracterizado pelo clima frio e seco
surpreendeu os cafeicultores da região. Com um inverno de temperaturas mais
altas e chuvas na primeira quinzena de junho, ocasionou o surgimento de botões
florais fora da época esperada.
Segundo Alysson Fagundes,
pesquisador da Fundação Prócafé, este abotoamento floral ganhou força devido à
chuva na primeira quinzena de junho.
“Isso deu um alerta para a
natureza. Quando temos chuva e frio nada acontece, mas quando temos chuvas com
temperaturas elevadas, surge o abotoamento floral. Como nosso inverno continuou
quente, esse abotoamento evoluiu e, como em junho e julho ocorre a grande
maioria da colheita de café, tanto manual como mecanizada, grande parte da
primeira florada da safra 2016 será perdida”, conta o
pesquisador.
Diante desse cenário, o potencial de safra para o ano
seguinte será afetado. “A safra 2016 já estava comprometida desde janeiro deste
ano com o baixo crescimento vegetativo das lavouras na região. O correto seria
que as lavouras estivessem com 20 internódios, mas estão apenas com 15,
resultado da estiagem do início de 2015”, explica o pesquisador.
Com isso, a expectativa é que o clima se estabilize, evitando
maiores problemas tanto na colheita – que em meados de setembro deverá ser
finalizada, como para a safra 2016.
“Infelizmente, não sabemos o
que desejar do clima neste exato momento. Não sei se prefiro chuvas que podem
barrar o surgimento de mais abotoamentos florais, ou se prefiro o clima mais
quente e seco, favorecendo a colheita do café que segue para a finalização”,
desabafa Fagundes.
Entretanto, segundo a Fundação Prócafé, a
perspectiva da safra seguinte é boa. “Não será uma safra recorde, estamos longe
disso, mas será uma safra significativamente agradável se não ocorrer mais
nenhum problema climático”, finaliza o pesquisador.
Por: Aleksander Horta//Nandra Bites