fonte: Cepea

Alunos da Metodista criam xícara de café comestível

3 de abril de 2015 | Sem comentários Cafeteria Consumo


A proposta é real, de fácil confecção, e faz parte de pesquisa desenvolvida por alunos da Faculdade de Administração e Economia da Universidade Metodista de São Paulo. Feita com biscoito e revestida com camada de açúcar caramelizado, a xícara comestível é uma das inovações de uma cafeteria que os estudantes projetaram a partir da mais brasileira das bebidas.


O negócio foi batizado de Cafeteria Com Q Café e propõe um novo conceito de consumo, disseminação da cultura e modo de preparo de cafés. Os cinco alunos concluintes do curso de Administração da Metodista preocuparam-se em idealizar um ambiente moderno e funcional para clientes de cafeterias um local para leitura, para momento de descontração, reunião profissional ou até para breves refeições. 


A diferenciação do recipiente comestível é única e de grande potencial, pois faz com que a dose de café assuma posição secundária e a xícara, o elemento principal, apostam os autores do projeto, Karen Barbosa, Kathleen Falchi, Otavio Giamarusti, Priscila Gomes e Rafaela Correia. O objetivo, segundo eles, é transformar o simples consumo de uma bebida em um momento saboroso.


Conforme o professor Wagner de Paula Gonsalez, embora comum em países europeus, o recipiente comestível não despertou interesse no Brasil por desconhecimento e devido à certa complexidade na confecção. Foram necessários diversos testes até conseguirmos o resultado esperado, comenta a aluna Karen Leal. Professor Wagner Gonsalez enxerga outras variantes a partir do trabalho: Pode-se pensar em copos comestíveis e em revestimentos com vários sabores, propõe como upgrade aos estabelecimentos que trabalham com refeições. 


Para os alunos, uma das grandes virtudes do projeto é a sustentabilidade, já que seriam evitadas toneladas de descartes de xícaras de plásticos ou de isopor. No empreendimento que montaram para o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), a escolha do café como propulsor de um negócio é justificada pelo alto consumo no Brasil. São 82 litros/ano por brasileiro, além de estar presente em 95% dos lares. Como contraponto ao preparo convencional no Brasil (coado), o plano de negócio sugere explorar os avanços da tecnologia e incentivar mudanças de hábito de consumo, como café solúvel, em cápsulas e moído.


Demanda por novidades


Cafeterias têm serviços orientados para atendimento personalizado e diferenciado dos demais locais. O público frequentador é em sua maioria constituído por jovens e adultos em início de carreira, o que revela um dado negativo quanto ao café convencional, concluíram os alunos, que a partir desse cenário vislumbraram outras formas de preparo que não o café puro. Some-se a isso pesquisa indicando que o Brasil ultrapassou os campeões Estados Unidos em consumo em 2014, com 1,03 milhão de toneladas de café industrializado, 50% degustados fora do lar.


Segundo a ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), 32% dos consumidores que preferem café premium ao invés de marcas comuns afirmam consumi-lo em cafeterias, contra 30% em bares ou padarias e 25% em casa.


Foi com base nessa qualificação do público de café gourmet que os alunos da Metodista chegaram à conclusão de uma demanda por novidades, novas misturas e inovações. Além de baristas treinados para transmitir conhecimentos sobre a bebida e para prepará-la com efeitos artísticos, chegaram ao projeto do recipiente comestível. A inspiração, segundo eles, veio do The Cookie Cup, da empresa italiana Lavazza em parceria com o designer Enrique Sardi e o confeiteiro Lello Parisi. São biscoitos feitos em moldes de xícara de café expresso revestidos por camada de açúcar especial que impermeabiliza o biscoito, impedindo que ele superaqueça, umedeça e desmanche.


A tabela de preços projetada pelos alunos para o café em xícara comestível de 50 ml é de R$ 8,90, contra R$ 4,50 de um cappuccino e R$ 3,00 do café expresso. O valor é considerado competitivo levando-se em conta tratar-se de uma forma diferenciada de consumir a bebida, avalia o professor que orientou o trabalho, Wagner Gonsalez.

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