ALTA UMIDADE PODE DIFICULTAR PÓS-COLHEITA DO CAFÉ NA ZONA DA MATA EM MINAS GERAIS

Boletim Climatológico – JUNHO



ALTA UMIDADE PODE DIFICULTAR PÓS-COLHEITA DO CAFÉ NA ZONA DA MATA EM MINAS GERAIS


Williams Ferreira1


A colheita do café arábica safra 2013/2014 teve início na semana passada em Minas Gerais, sendo que a partir dessa semana a tendência é que seja intensificada, seguindo-se pelos próximos três meses. Em junho, são esperadas chuvas dentro da média normal para o período no estado, já que os índices de monitoramento atmosférico e oceânico do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS) indicam condições neutras, situação que, segundo os principais modelos de previsão climática, deve continuar durante todo o inverno.
 
O tempo seco das últimas semanas tem dominado a região Central e parte do Sul do Brasil o que favoreceu a colheita da soja. As chuvas que ocorreram no Sul do Paraná e do Mato Grosso do Sul beneficiaram o milho safrinha. No litoral do Nordeste, a chuva embora fraca, continuou; todavia, a colheita nas demais regiões do Nordeste brasileiro foi favorecida pelo tempo seco e quente.


Para o mês de junho é esperado que as chuvas ocorram abaixo da média nos litorais de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e Pará e um pouco acima da média no litoral Sul da Bahia, no centro Sul e Oeste do Paraná, na região Serrana de Santa Catarina e na região de Itapetininga e metropolitana de São Paulo. Na região Sudeste do Rio Grande do Sul é esperado que as chuvas fiquem abaixo da média normal para o período.


Para o trimestre junho, julho e agosto é esperada ausência de chuva nas regiões do extremo Sul do sertão e no São Francisco Pernambucano. O período de seca deve atingir também as regiões Norte e Noroeste de Minas, o extremo Oeste baiano, a parte oriental do Tocantins, o Norte goiano, o Sudoeste piauiense e o Sul maranhense.


O trimestre com chuvas abaixo da média deverá ocorrer no Pantanal Sul mato-grossense e no centro Norte do Mato Grosso do Sul. Também deverão ficar abaixo da média em Rondônia, no Sudeste mato-grossense, no centro Sul e no Sudoeste do estado do Mato Grosso. Apenas para o Norte do Mato Grosso é que são esperadas chuvas dentro da média ou pouco acima dela. O trimestre com chuvas acima da média é esperado para o Sudeste e Sudoeste do Pará, para o Acre e para o Sul e Sudoeste do estado do Amazonas.


Para o Sul do Espírito Santo é esperado que as chuvas ocorram no trimestre somente um pouco acima da média normal do período. Em Minas Gerais a chuva pouco acima da média é esperada para as regiões metropolitana de Belo Horizonte, para o Oeste de Minas, para o Sul de Minas e para a porção oriental do Triângulo Mineiro. Todavia, na porção mais ao Norte, acima dos municípios de Campo das Vertentes, Dores do Turvo e Muriaé na região da Zona da Mata, há probabilidade de que as chuvas no trimestre fiquem acima da média normal do período o que pode aumentar a umidade relativa na região de modo a comprometer a qualidade dos frutos colhidos no período da pós-colheita.


A análise e o prognóstico climático aqui apresentado foram elaborados com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente naqueles atuantes na América do Sul, e são de caráter experimental. Foram consideradas ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA, Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade – IRI, Met Office Hadley Centre, Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo – ECMWF, pelo Boletim Climático da Amazônia elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e dados climáticos do INMET/INPE. A informação é disponibilizada ao público em geral, porém, nenhuma garantia implícita ou explícita é dada pela EPAMIG, a qual não se responsabiliza pelo uso indevido, por parte de terceiros, das informações aqui disponibilizadas.

1 Pesquisador da Embrapa/EPAMIG na área de Agrometeorologia e Climatologia, atua principalmente em pesquisas voltadas para o tema Mudanças Climáticas Globais.williams.ferreira@embrapa.br (ou) williams.ferreira@epamig.br

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