Alta do café não compensa a desvalorização do dólar

Cotação do grão subiu 30% na Bolsa de Nova York, mas apenas 13% no mercado interno. A alta de quase 30% das cotações do café no mercado internacional não é suficiente para compensar a desvalorização de 22% do dólar frente ao real, reduzindo o ganho dos pr

8 de novembro de 2005 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Gazeta Mercantil por Chiara Quintão

São Paulo, 8 de Novembro de 2005 – Cotação do grão subiu 30% na Bolsa de Nova
York, mas apenas 13% no mercado interno. A alta de quase 30% das cotações do
café no mercado internacional
não é suficiente para compensar a desvalorização de 22% do dólar frente ao real,
reduzindo o ganho dos produtores rurais.

Em outubro, a média dos preços
dos contratos de segunda posição negociados na Bolsa de Nova York foi de 102,78
centavos de dólar por libra-peso, 30% maior que a média apurada em outubro do
ano passado.

No mesmo período, os preços médios pagos ao produtor subiram
apenas 12,7%, para R$ 243,80 a saca (bebida dura tipo 6) no sul do Minas
Gerais.

Se comparado ao preço médio de exportação, a perda é ainda maior.
Na exportação, o preço médio aumentou 47,4% em doze meses, para US$ 115 a saca,
informa o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé). O volume
embarcado cresceu 2,3% de janeiro a outubro deste ano, em comparação com igual
período do ano passado, para 21,5 milhões de sacas de café verde e solúvel.Enquanto isso, a
receita no mesmo período aumentou 50%, para US$ 2,38 bilhões. No ano, deve
atingir quase US$ 3 bilhões, prevê Guilherme Braga, presidente do CeCafé. “O
resultado já era esperado em razão da elevação dos preços do café no mercado internacional”,
afirma.

Deságio diminui

O café brasileiro é exportado com deságio em
relação à Bolsa de Nova York. O analista da Safras & Mercado, Gil Barabach,
explica que devido à oferta brasileira restrita de café, porém, esse diferencial de venda vem
caindo desde julho. No caso do café swedish bebida boa de grão médio, o
deságio passou de 17 centavos de dólar por libra-peso em julho para 13,61
centavos de dólar por libra-peso em outubro. “A expectativa é que os preços em
Nova York estejam cada vez mais sensíveis ao aperto da oferta no Brasil”, diz
Barabach.

Até 31 de outubro, 54% da safra de café tinha sido comercializada (incluindo
vendas físicas e negócios para entrega até dezembro). “Os produtores estão
segurando as vendas no mercado físico, aguardando alta das cotações no mercado
internacional ou câmbio mais favorável”, afirma o analista. No fim de outubro de
2004, as vendas correspondiam a 52% do volume produzido.

Robusta em
alta

Ainda de acordo com os dados do CeCafé, as vendas de robusta
cresceram 58,7% de janeiro a outubro deste ano, em relação ao ano passado, para
978 mil sacas. Os embarques de arábica recuaram 0,7%, para 17,7 milhões de
sacas.

As vendas de café verde cresceram 1,2%, para 18,7
milhões de sacas. No mesmo período, as vendas de café solúvel aumentaram 9,7%, para 2,9
milhões de sacas de janeiro a outubro deste ano. Os dados são da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex).

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados –
Pág. 12)(Chiara Quintão)

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