Alta de preços e do dólar favorece exportações

AGRONEGÓCIOS
08/10/2008
 
Alta de preços e do dólar favorece exportações
 
 
De São Paulo
Em um mês marcado pelo início da escalada do dólar, as exportações do agronegócio brasileiro aceleraram seu ritmo de crescimento em setembro. No mês, os embarques do setor somaram US$ 6,810 bilhões, montante 38,5% superior ao de setembro de 2007. No acumulado de 2008, as exportações atingiram US$ 55,309 bilhões, ou 29,2% a mais que no intervalo entre janeiro e setembro de 2007.

Em agosto, o ritmo de crescimento havia sido de 15,7% em comparação com agosto do ano anterior e de 28% no acumulado dos oito primeiros meses de 2008, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura. No mercado doméstico, o dólar encerrou o mês de setembro a R$ 1,9040, uma alta de 16,45%.

O ritmo das importações do agronegócio também aumentou. Em setembro, as importações foram de US$ 1,042 bilhão, ou 55,1% a mais que em setembro de 2007 – na comparação entre agosto de um ano e outro, a alta havia sido de 29,7%. No acumulado do ano, as importações atingiram US$ 8,874 bilhões, montante 43,8% superior ao do mesmo período de 2007. Até agosto, o crescimento acumulado era de 42,4%. O saldo acumulado da balança comercial do agronegócio atingiu US$ 46,435 bilhões.

Segundo o Ministério da Agricultura, um dos maiores responsáveis pelo crescimento dos embarques foi complexo soja, que totalizou US$ 1,621 bilhão em exportações em setembro, ou 67,6% a mais que em setembro de 2007. O desempenho deveu-se ao aumento das cotações internacionais – o avanço ocorreu mesmo com aumento de apenas 2,5% dos volumes embarcados da soja em grão. As carnes, com aumento de 66,7%, o complexo sucroalcooleiro (+34,5%) e o café (+59,9%) também figuraram entre os destaques.

Nas importações, trigo, arroz e milho recuaram, respectivamente, 5,5%, 6,8%, e 43%. No acumulado de janeiro a setembro, os destaques do aumento foram cereais, farinhas e preparações (45,7% de aumento, para US$ 2,536 bilhões) e produtos florestais (crescimento de 33,5%, para US$ 1,856 bilhão).

Entre os 15 principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro, apenas os Estados Unidos perderam participação no acumulado entre janeiro e setembro. Até setembro de 2007, os EUA lideravam, com 11,4% do total. Neste ano, a fatia americana passou a 8,6%, menor que as de China (12,8%) e Países Baixos (9,2%).